Fabiano Contarato, senador do Espírito Santo, rompe com a linha do governo ao assinar o requerimento para a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A decisão marca um desvio significativo do posicionamento adotado pelo Palácio do Planalto, que se opõe à investigação.
Na quinta-feira (15), Contarato se manifestou nas redes sociais, ressaltando: “Fraudar aposentados e pensionistas é um crime inaceitável, de uma crueldade imensa contra aqueles que trabalharam para construir este país.” O senador, que já havia se mostrado favorável à investigação, é o primeiro membro do PT a assinar o requerimento, enquanto a bancada do partido no Congresso permanece dividida sobre o assunto.
Além de Contarato, outros três parlamentares do Espírito Santo, incluindo os senadores Marcos do Val (Podemos) e os deputados federais Evair de Melo (PP) e Messias Donato (Republicanos), também apoiaram a CPMI. Damares Alves (Republicanos) é a autora do pedido,ô e a oposição procura desgastar a imagem do governo federal expondo o escândalo.
A investigação surge no contexto de denúncias que revelam um amplo esquema de fraudes no INSS. Dados indicam que o prejuízo pode chegar a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A Polícia Federal (PF) apontou que associações que oferecem serviços a aposentados estariam registrando indivíduos sem consentimento, utilizando assinaturas falsas para desviar recursos. Até o momento, 222 deputados e 36 senadores já assinaram o requerimento da CPMI, segundo informações do Estadão.
O início das fraudes, segundo Contarato, se deu durante o governo Bolsonaro, e ele enfatizou a importância de uma investigação séria para responsabilizar os envolvidos. Com um perfil frequentemente independente, o ex-delegado da Polícia Civil optou por agir em consonância com princípios de justiça, mesmo que isso contrarie a orientação do seu partido.

Fonte: Século Diário