Presidente Lula sanciona com vetos o projeto de licenciamento ambiental, após ampla discussão com a sociedade e especialistas. O ato visa garantir mais segurança jurídica e a proteção ambiental em um momento crítico para a biodiversidade e o clima.
Na última sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, com importantes vetos, o projeto de lei que revisa os procedimentos de licenciamento ambiental no Brasil. Este PL, conhecido como PL da Devastação por seus críticos, foi objeto de intensa controvérsia por potencialmente reduzir as exigências para diversos tipos de empreendimentos. Segundo informações do Palácio do Planalto, dos 400 dispositivos originalmente propostos pelo Congresso Nacional, 63 foram vetados pelo Presidente.
Esses vetos foram estrategicamente elaborados para preservar aspectos cruciais de proteção ambiental e segurança jurídica. O governo afirmou que essa decisão foi tomada após extensas consultas com a sociedade civil, revelando um esforço colaborativo para balancear desenvolvimento econômico e conservação ambiental.
Durante uma coletiva de imprensa, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, explicou que os vetos atendem à necessidade de manter um diálogo construtivo com o Congresso, assegurando a integridade do processo de licenciamento. Ela destacou que a legislação sancionada permite agilizar os processos sem comprometer sua qualidade, essencial para enfrentar os atuais desafios ambientais.
Além disso, o governo introduziu novas proposições legislativas, incluindo uma medida provisória (MP) que define a modalidade de Licenciamento Ambiental Especial (LAE). Esta modalidade visa facilitar projetos considerados estratégicos, contudo, sem simplificar excessivamente os processos de licença.
O Palácio do Planalto também enfatizou os vetos à possibilidade de licenciamento simplificado para empreendimentos de médio potencial poluidor, e à transferência indiscriminada da responsabilidade dos licenciamentos para os Estados e o Distrito Federal. Esses vetos buscam assegurar que as normas ambientais nacionais sejam respeitadas e que o processo de licenciamento mantenha seu rigor necessário.
A decisão incluiu ainda a proteção de biomas como a Mata Atlântica, proibindo retirar esse bioma do regime de proteção especial, além de garantir consultas a comunidades indígenas e quilombolas em todas as fases dos processos, mesmo que seus territórios não estejam totalmente regularizados.
Com essas mudanças, o governo espera equilibrar os imperativos de crescimento econômico com os de sustentabilidade ambiental, proporcionando um futuro mais seguro para as próximas gerações.
[Imagem: Agência Brasil]
Lula sanciona lei do licenciamento ambiental com 63 vetos
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