O sistema brasileiro de pagamentos instantâneos, Pix, está sendo investigado por autoridades dos Estados Unidos, que questionam sua conformidade com as práticas de comércio justo. Desde seu lançamento em novembro de 2020 pelo Banco Central (BC), o Pix rapidamente se popularizou, movimentando cerca de R$ 26,4 trilhões no último ano, conforme dados do BC.
Um relatório de 2022 do Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) destacou o sistema como uma possível “barreira comercial estrangeira”, preocupando-se com os efeitos dessa plataforma nas exportações, investimentos e e-commerce entre o Brasil e os EUA, que incluem não só o Brasil como outras 63 nações além do Reino Unido. Este foi o primeiro documento a citar explicitamente o Pix, indicando o nível crescente de atenção que o sistema tem recebido.
A USTR, uma agência que integra o gabinete executivo da presidência dos EUA, justificou a investigação como necessária para assegurar que o Banco Central do Brasil não favoreça indevidamente o Pix em detrimento de concorrentes, possível conflito de interesses devido ao seu papel duplo como regulador e operador do serviço. O presidente Donald Trump, segundo Jamieson Greer, chefe do USTR, prontificou a realizações desta investigação também para avaliar outras práticas que possam estar prejudicando empresas e trabalhadores americanos.
Analistas apontam que além das implicâncias regulatórias, o Pix representa uma ameaça direta aos negócios de empresas como Meta, de Mark Zuckerberg, aliado de Trump, especialmente com o bloqueio ao lançamento do Whatsapp Pay pelo BC. Este enfrentamento destaca um choque entre o modelo de negócios privado e a proposta do governo brasileiro de um sistema inclusivo e regulado.
A investigação em curso pela USTR apura essas e outras questões no estímulo do governo brasileiro ao Pix. A Agência Brasil tentou contato com o Banco Central e o Ministério das Relações Exteriores para comentários sobre as investigações e os impactos mencionados no relatório da USTR, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
*Colaborou Rafael Cardoso
(Créditos da imagem: Agência Brasil – EBC)
EUA monitoram Pix desde 2022| Agência Brasil
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