Entidades Sindicais da Educação de São Paulo Criticam Privatização de Escolas Municipais
A Coordenação das Entidades Sindicais Específicas da Educação Municipal (Coeduc) expressou forte oposição ao projeto do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que visa conceder a gestão de escolas municipais à iniciativa privada. A decisão é classificada pela Coeduc como "arbitrária" e levanta preocupações quanto às implicações para a educação pública na cidade. Composta por sindicatos como o Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo (Sinesp) e o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), a Coeduc atua como um fórum de discussão e articulação em defesa dos trabalhadores da educação municipal.
Letícia Grisólio Dias, vice-presidente do Sinesp, ressaltou que a privatização representa uma “grande ameaça” não apenas para os educadores, mas também para a população em geral. Segundo ela, a proposta ignora a destinação de recursos importantes, como os que provêm do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). A ausência de garantias sobre a gestão pedagógica e a identidade dos projetos educativos também preocupa a vice-presidente. “As unidades têm projetos que dialogam com suas necessidades específicas, e, em um sistema privatizado, não temos certeza de que isso será preservado”, afirmou.
No último dia 6, uma manifestação em frente à Secretaria Municipal de Educação reuniu docentes, gestores e familiares, demonstrando a insatisfação com a proposta de privatização. Claudio Fonseca, presidente do Sinpeem, destacou que a Coeduc intensificará suas ações de mobilização contra a terceirização e pela defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade.
O modelo de gestão proposto pela prefeitura prevê que organizações da sociedade civil administrem novas escolas municipais, em um esforço para atender à demanda por vagas nas regiões de Campo Limpo, Pirituba/Jaraguá e Santo Amaro. No entanto, as comunidades questionam a eficácia desse modelo, especialmente em relação aos cuidados com a diversidade das realidades locais e a garantia de contratação de professores concursados.
Em outro movimento, o governo do estado de São Paulo também inicia a concessão de escolas estaduais à iniciativa privada, permitindo que empresas assumam a gestão de serviços não pedagógicos. A discussão sobre esses projetos se intensifica, e o Tribunal de Contas do Município de São Paulo já solicitou esclarecimentos à Secretaria Municipal de Educação sobre o processo de privatização.
Ambos os projetos têm suscitado levantamentos judiciários. A luta pela preservação da educação pública e estatal em São Paulo promete dividir opiniões e acelerar um debate que reflete diretamente nos rumos da educação nas escolas municipais e estaduais.
Sindicato critica proposta da prefeitura de SP para privatizar escolas
Fonte: Agencia Brasil.
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