22 de outubro de 2025
EconomiaTrump limita retaliações de tarifas com acordos favoráveis aos EUA

Trump limita retaliações de tarifas com acordos favoráveis aos EUA

Acordos Comerciais dos EUA com Potências Econômicas: Uma Análise da Assimetria Tarifária

Recentemente, os Estados Unidos firmaram uma série de acordos comerciais com grandes potências econômicas, como a União Europeia (UE), Japão, Reino Unido, Indonésia, Vietnã e Filipinas. Esses acordos, estabelecidos durante a guerra comercial que teve início em abril, evidenciam uma clara assimetria nas condições impostas às partes envolvidas. Enquanto Washington elevou as tarifas de importação entre 10% e 20%, os países parceiros optaram por não retaliar com tarifas recíprocas, o que abre ainda mais os mercados para os produtos estadunidenses. Segundo estimativas, as nações comprometeram-se a aumentar investimentos e compras dos EUA na casa das dezenas de bilhões de dólares, solidificando a posição americana no comércio global.

O professor Nildo Ouriques, especialista em economia e relações internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), acredita que esses acordos representam vitórias significativas para a administração do presidente Donald Trump. Em comentário à Agência Brasil, Ouriques refutou a noção de que a política tarifária de Trump fosse fruto de uma liderança “louca” ou de uma potência em decadência. Ele destacou que a pressão econômica entre EUA e China, junto a mecanismos imperiais estadunidenses, é o que molda essa dinâmica comercial. “Essas tarifas permitem que os EUA, que não conseguem competir no chão da fábrica com a China, coloquem barreiras para suas próprias multinacionais voltarem a operar dentro do país”, analisou.

Acordos com a União Europeia e Japão

O pacto recém-anunciado entre os EUA e a União Europeia estabelece um aumento de tarifas que varia em torno de 15% para a maioria dos produtos europeus, valor que se mostra inferior aos 30% inicialmente propostos por Trump. A UE, por sua vez, não irá aplicar tarifas reciprocas e se comprometeu a investir US$ 600 bilhões em setores americanos, com compras de energia que podem atingir até US$ 750 bilhões. Por outro lado, o primeiro-ministro francês, François Bayrou, expressou descontentamento com o acordo, classificando-o como um “dia sombrio” para a Europa.

Em relação ao Japão, um acordo foi fechado com tarifas de importação fixadas em 15%, uma redução em comparação às taxas de 24% anunciadas anteriormente. O Japão também irá permitir condições favoráveis às exportações de automóveis e arroz estadunidenses e prometeu adquirir 100 aeronaves da Boeing, além de um aumento nos gastos em defesa com empresas americanas.

Acordos com Indonésia, Filipinas, Vietnã e Reino Unido

Os acordos também se estenderam à Indonésia, onde a tarifa de importação foi estabelecida em 19% — significativamente abaixo dos 32% inicialmente propostos. Este país se comprometeu a comprar uma variedade de produtos dos EUA, estimando em US$ 22,7 bilhões. As Filipinas, por sua vez, firmaram um acordo similar, estabelecendo tarifas de 19% e eliminando tarifas para produtos estadunidenses. No Vietnã, as tarifas de exportação foram fixadas em 20%, também abaixo dos 40% inicialmente previstos.

Por fim, o Reino Unido fechou o primeiro acordo com os EUA, implementando um aumento de 10% nas tarifas de importação de produtos americanos. Estas movimentações não apenas atendem aos interesses comerciais do governo estadunidense, mas também revelam a dinamicidade das relações internacionais em tempos de guerra comercial.

Arquivo Pessoal
Impactos da vitória de Milei nas eleições argentinas. – Foto: Arquivo Pessoal

Diante desse panorama, a análise dos especialistas sinaliza que o imperialismo estadunidense permanece ativo, moldando os termos das relações comerciais com base na assimetria de poder. Nildo Ouriques complementou que essa situação poderá intensificar a concentração de capital, eliminando empresas que não conseguem lidar com os aumentos tarifários.

Trump fecha acordos favoráveis aos EUA e evita retaliação por tarifaço

Fonte: Agencia Brasil.

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