Estudo Revela Impacto do Trabalho na Alfabetização de Jovens Brasileiros
De acordo com um estudo recente do Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF), a inserção no mercado de trabalho durante o período de estudos pode significativamente aprimorar os níveis de leitura e matemática entre os jovens. A pesquisa mostra que 65% dos jovens que conciliam estudo e trabalho possuem níveis adequados de alfabetismo funcional, em contraste com aqueles que não estudam nem trabalham, onde apenas 36% atingem esse nível.
A análise aponta que apenas um terço dos brasileiros acima de 15 anos possui alfabetização consolidada, capazes de interpretar textos complexos e realizar cálculos avançados. A situação é mais crítica entre os 29% classificados como analfabetos funcionais, que não conseguem compreender textos simples nem operações básicas de matemática.
Ana Lima, coordenadora do estudo, ressalta que o ambiente de trabalho proporciona não apenas uma oportunidade de emprego, mas também um espaço vital para o desenvolvimento de habilidades cognitivas fundamentais. Ela observa que, embora a escolarização tenha aumentado, muitos jovens ainda enfrentam dificuldades significativas para se adaptar às exigências de um mercado de trabalho tecnologicamente avançado e menos dependente de mão de obra braçal.
O estudo ainda destaca desigualdades significativas baseadas em gênero e raça. Entre as mulheres jovens com analfabetismo funcional, 42% não estudam nem trabalham. Para os homens, o percentual cai para 17%. Entre os jovens negros, a incidência de analfabetismo funcional é mais alta comparada aos brancos, com 17% contra 13%, respectivamente.
Tais dados sublinham a urgência de políticas públicas mais eficazes e direcionadas para combater as desigualdades e promover a inclusão educacional e profissional de grupos vulneráveis. A reestruturação da Educação de Jovens e Adultos (EJA) é vista como uma medida crucial nesse sentido, visando a integração entre a continuação dos estudos e as oportunidades de emprego, especialmente em colaboração com empresas e entidades de representação dos trabalhadores.
Fonte: Agência Brasil
Inserção no mercado de trabalho tende a melhorar habilidade de leitura
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