Tarifas de 50% sobre Produtos Brasileiros por parte dos EUA Entram em Vigor em Agosto
O clima de tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos se intensificou após declarações do secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, que confirmou que as tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros, anunciadas pelo presidente Donald Trump, não sofrerão adiamentos. Em entrevista ao programa Fox News Sunday, Lutnick afirmou que as taxas estão programadas para entrar em vigor a partir do dia 1º de agosto e que a Alfândega americana começará a coletar os valores devidos, sem períodos de carência. Essa medida, que atinge uma ampla gama de exportações brasileiras, gera preocupações no setor produtivo e nas relações externas do país.
A imposição das tarifas foi anunciada em uma carta enviada por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 9 de julho, na qual o mandatário justificou a decisão alegando uma “perseguição política” sofrida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente enfrenta processos no Supremo Tribunal Federal (STF). Além das tarifas, os Estados Unidos estão conduzindo uma investigação sobre supostas práticas comerciais desleais por parte do Brasil, que inclui, entre outras questões, o sistema de pagamentos instantâneos, o Pix.
Lutnick também ressaltou que, embora o presidente Trump esteja aberto a negociações com as principais economias, isso pode enfrentar desafios, enfatizando que conversas podem ocorrer após a implementação das tarifas. “Obviamente, após 1º de agosto, as pessoas ainda poderão falar com o presidente Trump. Ele está sempre disposto a ouvir”, destacou. Recentemente, Lula manifestou sua disposição para dialogar e afirmou que Trump foi induzido a acreditar em “uma mentira”.
Os esforços do governo brasileiro estão centralizados na busca de uma solução conciliatória. Para isso, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro da Indústria, Comércio e Serviços, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, lideram as iniciativas diplomáticas. Além disso, um comitê foi constituído para discutir o impacto das tarifas sobre o setor produtivo brasileiro, buscando mitigar os efeitos adversos dessa nova realidade tarifária.
A situação atual revela-se delicada não apenas pelas implicações econômicas, mas também pelo contexto político em jogo nas relações discursivas entre os líderes dos dois países. Em meio a um cenário de incertezas, o setor produtivo observa de perto os desenvolvimentos nas negociações e no ambiente comercial, na expectativa de um desfecho que minimize as penalizações impostas pelas novas tarifas.
Secretário dos EUA diz que entrada em vigor de tarifas não será adiada
Fonte: Agencia Brasil.
Economia