STF Evita Comentários Sobre Medidas dos EUA Contra Censura; Investigação Envolvendo Eduardo Bolsonaro Avança
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se abstiveram de fazer comentários sobre a decisão do governo dos Estados Unidos, anunciada nesta quarta-feira (28), que visa restringir a entrada no país de autoridades brasileiras acusadas de promover censura contra empresas e cidadãos norte-americanos. A medida, divulgada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, tem como foco o ministro do STF, Alexandre de Moraes, que é alvo de críticas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que o acusam de censurar parlamentares e plataformas digitais. A repercussão se intensificou após Jason Miller, assessor do ex-presidente Donald Trump, insinuar em uma postagem nas redes sociais que Moraes seria um dos atingidos pela aplicação das novas restrições.
Ao chegar para a sessão de julgamentos, o presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, optou por não se comprometer com uma posição pública, afirmando: "não aconteceu nada que eu precise falar". Outros ministros, como Flávio Dino e Edson Fachin, também se mostraram cautelosos em suas declarações. Essa situação ocorre em um contexto em que a relação entre a política brasileira e as autoridades norte-americanas se torna cada vez mais tensa, especialmente na esfera da liberdade de expressão.
A questão se complica ainda mais com a apuração da suposta participação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que é alvo de investigação pela Polícia Federal. Moraes determinou que o inquérito seja instaurado para verificar se Eduardo cometeu crimes de coação e obstrução de investigação, especialmente considerando seu papel em instigar o governo Trump a impor sanções contra autoridades brasileiras. Conforme informa a decisão do ministro, o ex-presidente Jair Bolsonaro deverá prestar depoimento, já que se considera que ele é "diretamente beneficiado" pelas ações de seu filho.
Desde março, Eduardo Bolsonaro optou por se afastar do cenário político nacional ao residir nos Estados Unidos por 122 dias, e tem utilizado as redes sociais para advogar a favor de sanções contra ministros do STF. A situação apresenta um quadro complexo, onde interações políticas locais e internacionais se cruzam, levanta questões sobre a liberdade de expressão e o papel dos poderes na defesa de suas esferas de atuação.
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As imagens presentes na reportagem são de autoria da Agência Brasil.
Ministros do STF evitam comentar decisão do governo americano
Fonte: Agencia Brasil.
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