Nova política educacional no Rio de Janeiro mostra efeitos positivos na performance estudantil e interação social
Desde a implementação da proibição de celulares nas escolas municipais do Rio de Janeiro, no início do ano letivo de 2024, um notável progresso acadêmico e social tem sido observado entre os estudantes. A medida foi ampliada e tornou-se lei federal no início deste ano, afetando todo o território nacional.
Priscila Henriques Lopes da Silva e Sophia Magalhaes de Lima, ambas com 14 anos e estudantes do Ginásio Educacional Olímpico Reverendo Martin Luther King, expressam uma mudança significativa em seus hábitos diários e interações sociais. Segundo as alunas, inicialmente, a restrição foi recebida com resistência, mas rapidamente perceberam os benefícios de se desconectar dos dispositivos durante o horário escolar.
Os benefícios dessa política não são apenas anedóticos. Dados da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro indicam aumentos de 25,7% em matemática e 13,5% em português em 2024. Esses resultados foram analisados por um pesquisador da Universidade de Stanford, que aplicou métodos estatísticos para assegurar que os avanços eram atribuíveis à política de restrição ao uso de celulares.
A diretora do ginásio, Joana Posidônio Rosa, relata que a cooperação das famílias foi crucial para a implementação efetiva da medida. O envolvimento dos pais foi alcançado através de comunicações diretas, como reuniões e grupos de WhatsApp, que ajudaram a alinhar as expectativas e enfrentar desafios iniciais.
Além do melhor desempenho acadêmico, outros aspectos positivos foram notados, como a redução do bullying e cyberbullying, e o aumento da interação face a face entre os estudantes. O Secretário Municipal de Educação, Renan Ferreirinha, destaca que esses resultados sublinham a importância das decisões do poder público em ajudar as famílias a lidar com os desafios impostos pela tecnologia excessiva.
A implementação dessa política não apenas reverteu tendências de desatenção em sala de aula, mas também promoveu um ambiente escolar mais acolhedor e produtivo.
(Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
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