Ministério das Relações Exteriores enfrenta dificuldades para retirar palestina da Faixa de Gaza
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil comunicou à Agência Brasil que não consegue realizar a evacuação da palestina Assmaa Adbo Eldijan, de 38 anos, que viveu 16 anos no Brasil. Desde a escalada do conflito na Faixa de Gaza, Assmaa tem utilizado suas redes sociais para solicitar ajuda e tentar deixar a região, que está em meio a uma grave crise humanitária. Segundo o Itamaraty, a retirada de cidadãos brasileiros ou de seus familiares diretos é a única possibilidade viável no momento, uma vez que negociou a saída de 12 pessoas nesta semana, totalizando 127 evacuações desde o início dos conflitos em outubro de 2023.
De acordo com o MRE, a retirada de cidadãos de áreas em conflito, como Gaza, requer negociações complexas com autoridades de diversos países, tornando o processo ainda mais desafiador. A situação de Assmaa é particularmente urgente. Nascida em Gaza e criada no Brasil, onde sua família se estabeleceu, ela não retirou a nacionalidade brasileira e agora se encontra em um território sob intenso bombardeio. “Eu teria salvado minha vida, a vida dos meus filhos e o futuro dos meus filhos”, lamentou em um de seus apelos.
Assmaa, que fala português fluentemente, descreve a realidade desesperadora que enfrenta, relatando dificuldades para garantir alimentos e água potável. Com o bloqueio israelense que começou em 2 de março, a entrada de ajuda humanitária está severamente restringida, resultando em uma crise alimentar alarmante. Estima-se que 90% da população de Gaza tenha sido deslocada devido ao conflito, enquanto organizações humanitárias alertam sobre os níveis críticos de desnutrição na região.
Enquanto assiste à destruição de sua terra natal e a deterioração das condições de vida, Assmaa enfatiza seu vínculo com o Brasil, afirmando que sua verdadeira identidade não pode ser definida apenas por um ‘papel’. “Por que eu não sou brasileira? Eu tenho amigos, meu perfil é de milhares de pessoas brasileiras”, declarou em suas redes sociais.
A escassez de alimentos é uma questão crítica em Gaza. Antes da guerra, cerca de 500 caminhões transportavam mantimentos diariamente para a região; agora, apenas 100 caminhões conseguiram entrar na última semana, conforme informou a Organização das Nações Unidas. Essa redução drástica na ajuda humanitária está contribuindo para o aumento da fome e da desnutrição, principalmente entre crianças, conforme apontado pelo Escritório da ONU para Assuntos Humanitários (Ocha).
Neste contexto, Assmaa Adbo Eldijan continua sua luta para procurar um caminho para a segurança e um futuro melhor para seus filhos, enquanto espera que o governo brasileiro consiga viabilizar sua evacuação da Faixa de Gaza.
Itamaraty: não é possível resgatar de Gaza mulher que viveu no Brasil
Fonte: Agencia Brasil.
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