Conflito no Oriente Médio: Sociedades em Conflito e Perspectivas Divergentes
Enquanto a sociedade israelense emerge da recente escalada de violência com uma convicção reforçada de que a agressividade militar é a solução para os problemas regionais, a população iraniana enfrenta um estado de choque e trauma. Essa análise é do antropólogo Paulo Hilu, coordenador do Núcleo de Estudos do Oriente Médio da Universidade Federal Fluminense (UFF). Segundo Hilu, o impacto dos ataques diretos no Irã foi devastador, afetando até mesmo aqueles que apoiam o regime, ressaltando a fragilidade de uma sociedade marcada por profundas divisões e complexidades. “Ataques diretos ao Irã com mortes e destruição na capital e por todo o país geraram um evento muito traumático”, disse o especialista.
Embora a oposição interna ao regime dos aiatolás tenha se manifestado contrária a uma mudança de governo pela força, clamando por um processo político interno, Hilu acredita que o governo iraniano sai enfraquecido do conflito, com tendências a se tornar ainda mais autoritário. Apesar da impopularidade da República Islâmica, a população apresenta um panorama dividido, com setores que ainda apoiam a atual estrutura de poder. O antropólogo sugere que a complexidade da sociedade iraniana, marcada por uma efervescência política intensa, desafia a ideia de um apoio monolítico ao regime.
Por outro lado, a sociedade israelense evidencia uma resposta oposta. Hilu observa que a população de Israel se sente fortalecida em suas convicções militaristas, acreditando que a agressividade é a melhor abordagem para questões do Oriente Médio. Pesquisas de opinião indicam um apoio significativo para táticas violentas, incluindo a limpeza étnica em Gaza. O especialista também destaca a evidência da superioridade militar de Israel no conflito, chamando atenção para as grandes perdas do Irã e implicações sobre as relações dos Estados Unidos na região, especialmente sob a administração do ex-presidente Donald Trump.
Imagens:
Foto do antropólogo Paulo Hilu, coordenador do Núcleo de Estudos do Oriente Médio da UFF. Crédito: Paulo Hilo/Arquivo Pessoal.
Iranianos saem abalados e israelenses mais agressivos, diz professor
Fonte: Agencia Brasil.
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