O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou um processo disciplinar que pode resultar na cassação do deputado federal Gilvan da Federal (PL). O parlamentar, que já se encontra com o mandato suspenso desde maio, enfrenta uma série de acusações relacionadas a falas misóginas e comportamento inadequado.
Com o objetivo de avaliar a situação de Gilvan, cuja suspensão inicial proposta pela Mesa Diretora era de seis meses, a medida foi reduzida para três meses após o deputado pedir desculpas. De acordo com o Código de Ética e Decoro Parlamentar, as punições possíveis incluem censura, suspensão de prerrogativas regimentais e perda de mandato. Atualmente, Gilvan está sem salário, verba de gabinete e emendas parlamentares, um impacto notável em seu exercício parlamentar.
A suspensão decorre de comentários ofensivos dirigidos à ministra Gleisi Hoffmann (PT). Gilvan se referiu ao codinome “Amante”, associado à ministra nos escândalos da Operação Lava Jato, de maneira insultuosa, chegando a afirmar que ela “devia ser uma prostituta do caramba”. Essa representação da Mesa Diretora alegou que suas declarações são incompatíveis com a dignidade do mandato, resultando em 15 votos favoráveis à suspensão, contra quatro.
A situação de Gilvan é complicada ainda mais por um histórico de incidentes semelhantes. Ele foi condenado a pagar R$ 10 mil à deputada estadual Camila Valadão (PSOL) por danos morais devido a comentários agressivos. As ofensas e comportamentos misóginos se repetem, e o parlamentar já se tornou réu por declarações transfóbicas.
Além disso, sua postura agressiva não se limitou a ofensas verbais a colegas e mulheres. Recentemente, Gilvan incendiou polêmica ao declarar que desejava a morte do ex-presidente Lula, provocando pedidos de investigação por possível incitação ao crime. Ele também se destacou por suas interações acaloradas em comissões, como uma discussão com o deputado Lindbergh Farias (PT).
O futuro de Gilvan da Federal na política dependerá do desfecho deste processo disciplinar, que pode resultado em medidas ainda mais severas, como a cassação do mandato. A escolha do relator para o caso está prevista para a próxima semana, quando novas articulações internas poderão influenciar o destino do parlamentar.
Reprodução Câmara dos Deputados
Fonte: Século Diário