O consumo de bebidas alcoólicas cresce significativamente durante as festividades de final de ano, alerta Alessandra Diehl, psiquiatra e membro da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abad). Segundo a especialista, essa prática pode agravar riscos à saúde física e mental, além de prejudicar relações sociais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza que não existem níveis seguros para o consumo de álcool. Documentos recentemente ratificados pela organização reiteram que qualquer quantidade de álcool consumida é potencialmente prejudicial. Durante as celebrações de fim de ano, é comum observar um aumento nos casos de intoxicação, quedas e negligência na supervisão de crianças, potencializados pelo ambiente festivo muitas vezes permeado pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Alessandra Diehl ressalta que o álcool pode diminuir o juízo crítico e aumentar a agressividade, resultando em conflitos familiares e comportamentos perigosos, como dirigir sob o efeito da substância. Para aqueles que já enfrentam problemas com o álcool, as festas de fim de ano são especialmente desafiadoras, representando um período de maior risco para recaídas.
Segundo dados do 3º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad III), realizado em parceria entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), há um aumento preocupante no consumo de álcool entre adolescentes, mesmo com a diminuição no consumo regular entre adultos. Em 2023, o consumo pesado de álcool entre menores de idade subiu significativamente.
Diehl critica a complacência de algumas famílias que permitem ou mesmo incentivam o consumo de álcool entre adolescentes em casa. Ela argumenta que a prevenção eficaz inclui uma presença familiar ativa e uma mensagem clara de que o álcool não deve ser o foco das celebrações.
A psiquiatra também aborda os impactos do álcool na saúde mental, destacando que muitos indivíduos usam a substância como uma forma de enfrentar tristeza, ansiedade e frustrações, potencializando sintomas de problemas mentais já existentes, como ansiedade e depressão. A recomendação é desviar o foco das bebidas alcoólicas durante as comemorações para evitar gatilhos emocionais, especialmente para pessoas vulneráveis.
Este texto não contém imagens. As informações foram baseadas nas declarações de Alessandra Diehl e nos dados do Lenad III.
Consumo de álcool nas festas de fim de ano aumenta riscos à saúde
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