Carla Zambelli, deputada federal do PL-SP, foi presa em Roma, Itália, após dois meses foragida. Tentando escapar de um mandado de prisão emitido pelo STF, Zambelli é acusada de hackear o CNJ para emitir um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. A operação resultou de cooperação entre a Polícia Federal, a polícia italiana e a Interpol.
Carla Zambelli, que possui dupla cidadania, deixou o Brasil após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. Além da prisão, foi determinado que a deputada deve pagar R$ 2 milhões em danos coletivos. As investigações apontam que Zambelli foi a mente por trás da invasão, com o objetivo de emitir um mandato falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, sendo o hackeamento executado por Walter Delgatti.
Após a sua fuga para a Itália, o governo brasileiro, através da atuação do ministro Alexandre de Moraes, formalizou o pedido de extradição no dia 11 de junho, enviado posteriormente pelo Itamaraty ao governo italiano. O documento inclui a deliberação que condenou Zambelli e os fundamentos legais da decisão. A Justiça da Itália e o governo local agora têm a decisão final sobre a extradição em mãos, sem prazo definido para sua conclusão, considerando os trâmites e legislação italiana.
Em junho, a Câmara dos Deputados concedeu 127 dias de licença não remunerada à deputada. Caso não retome o mandato após esse período, pode enfrentar a cassação por falta às sessões, além de um processo de cassação já em curso por suas ações anteriormente descritas.
Em defesa, através das redes sociais, o advogado Fábio Pagnozzi afirmou que Zambelli se entregou voluntariamente às autoridades italianas para ajudar nas investigações, visando evitar a extradição e buscar um julgamento imparcial. Contudo, a versão da defesa é contestada pelo deputado italiano Angelo Bonelli, que afirmou ter denunciado à polícia um endereço em Roma onde Zambelli estava residindo.
Este caso lembra o episódio de Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, condenado na Ação Penal 470 e extraditado para o Brasil em 2015 após fuga similar.
Os futuros desdobramentos do caso de Carla Zambelli são agora aguardados, enquanto segue o processo legal tanto no Brasil quanto na Itália.
Entenda a situação de Carla Zambelli após prisão na Itália
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