Cáritas Brasileira Apresenta Propostas para uma Transição Ecológica Justa na COP30
A menos de três meses da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém, no Pará, a Cáritas Brasileira lançou, nesta segunda-feira (11), um documento estratégico que propõe uma transição ecológica baseada em justiça climática e no protagonismo de comunidades tradicionais. Intitulado Documento de Posições da Cáritas Brasileira para a COP30: Por uma transição justa, inclusiva, popular e democrática, o texto sistematiza iniciativas voltadas para enfrentar os desafios da crise climática e promover alternativas sustentáveis em defesa da vida.
A diretora-executiva da Cáritas Brasileira ressalta que o documento é resultado de um trabalho contínuo de fortalecimento e promoção da transição ecológica justa no Brasil. “A Cáritas Brasileira acredita que, para construir uma sociedade do bem viver, precisamos ter uma forte relação de sustentabilidade com o meio ambiente e todos os seres vivos”, afirma. Este enfoque será fundamental na COP30, onde a organização buscará influenciar a agenda global de mudanças climáticas, levando em consideração as vozes de quem mais sofre com os efeitos dessa crise.
O documento de propostas é estruturado em sete eixos temáticos essenciais que abordam desde financiamento até direitos humanos, incluindo:
- Financiamento
- Perdas e danos
- Refúgio climático para atingidos pela crise
- Iniciativas de tecnologias sociais
- Agroecologia e segurança alimentar
- Mitigação e direitos humanos e ambientais
- Transição energética
Entre as sugestões apresentadas, destaca-se a necessidade de reconhecimento da dívida ecológica histórica dos países desenvolvidos para com o Sul Global, além da melhoria nas estratégias de financiamento climático no Brasil, com acesso facilitado a comunidades e organizações locais. O documento também propõe a integração das ações de mitigação de emissões com as agendas de direitos humanos e ambientais, e o reconhecimento da agroecologia como uma estratégia crucial para a segurança alimentar.
A Cáritas Brasileira, com raízes na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e uma rede de 198 entidades, pretende levar essas demandas para as mesas de negociação da COP30, buscando garantir que as experiências e as necessidades de povos originários, comunidades tradicionais e urbanas sejam ouvidas. “Essas demandas são urgentes, pois dizem respeito a realidades de quem é mais impactado pela emergência climática e, paradoxalmente, são os que menos contribuíram para ela”, conclui Lucas D’Avila, assessor nacional da Cáritas Brasileira.
Transição ecológica: Cáritas propõe protagonismo de povos tradicionais
Fonte: Agencia Brasil.
Meio Ambiente