Uma ampla mobilização está prestes a atravessar o Brasil, desde Mato Grosso até Belém: trata-se da “Caravana da Resposta”, que irá percorrer mais de 3 mil quilômetros destacando os impactos negativos da monocultura e da expansão dos corredores logísticos do agronegócio nos biomas da Amazônia e do Cerrado.
Organizada pela Aliança Chega de Soja, a caravana é uma resposta direta à preocupação com o modelo de desenvolvimento baseado na exportação de commodities, que, segundo os organizadores, concentra renda enquanto degrada os ecossistemas e ameaça as comunidades locais. A mobilização envolve mais de 300 membros de diversas organizações, povos indígenas e comunidades tradicionais. O trajeto incluirá atos públicos, manifestações culturais e diálogos com as comunidades ao longo da rota da soja.
Essa jornada não é apenas uma viagem, mas uma missão para levar suas vozes até a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém. Orientados por um modelo que aposta em uma infraestrutura voltada para as pessoas e não para o lucro, os participantes criticam abertamente projetos como a Ferrogrão e diversas propostas de hidrovias, que propõem transformar rios em corredores de transporte.
A líder indígena Munduruku, Alessandra Korap, speech durante o TEDxAmazônia em Belém. Foto por Tânia Rêgo/Agência Brasil. Além de chamar atenção para os perigos desses empreendimentos, a “Caravana da Resposta” também destaca alternativas sustentáveis, como a agroecologia e a valorização da sociobiodiversidade, com foco no fortalecimento da produção de pequenos agricultores e comunidades tradicionais.
Ao final de 14 dias de uma viagem por terra e por água — abrangendo tanto a BR-163 quanto os rios Tapajós e Amazonas — o grupo chegará a Belém, onde se juntará às iniciativas “Cúpula dos Povos” e “COP do Povo”, visando reforçar o protagonismo das comunidades locais em estabelecer uma agenda climática mais justa e inclusiva. Este evento ocorre num momento crítico para a reflexão sobre as políticas de desenvolvimento sustentável na região.
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