Banco Central Desenvolve Novo Modelo de Financiamento para Habitação em Resposta a Retirada de Recursos da Poupança
Em um cenário de crescente retirada de recursos da caderneta de poupança, o Banco Central (BC) do Brasil está em busca de um novo modelo de financiamento para a casa própria. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, revelou hoje (10) que discussões estão em andamento com instituições financeiras, incluindo a Caixa Econômica Federal, para estruturar uma alternativa que utilize captação de mercado para viabilizar o setor imobiliário.
Embora a caderneta de poupança ainda tenha registrado mais depósitos do que saques no último mês, com um total de R$ 336,87 milhões em depósitos, os números de janeiro a maio alarmam: os brasileiros sacaram R$ 51,77 bilhões a mais do que depositaram. Para Galípolo, essa mudança no comportamento dos investidores representa uma tendência estrutural, impulsionada pela educação financeira e pela dificuldade que a poupança possui para competir com outras opções de investimento que oferecem rendimentos mais atrativos.
Desde 2021, a caderneta tem enfrentado um declínio constante no interesse do público, uma situação que se agrava em meio a juros altos e a oferta crescente de investimentos de baixo risco, como títulos do Tesouro Direto. No momento, 65% dos recursos depositados na poupança estão alocados no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que financia imóveis de até R$ 1,5 milhão com juros de até 12% ao ano. Para imóveis acima desse valor, há o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), que utiliza recursos de mercado, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI).
A discussão sobre um modelo alternativo de financiamento surge em um contexto em que o governo também propõe a taxação de 5% no Imposto de Renda sobre as LCIs, atualmente isentas. Essa proposta pode impactar ainda mais o cenário de financiamento habitacional no Brasil.
BC prepara alternativa à poupança para financiar imóveis
Fonte: Agencia Brasil.
Economia