No Dia do Folclore, a Prefeitura de Anchieta destaca três tesouros culturais que compõem o patrimônio imaterial da cidade: a Lenda do Jaraguá, a Lenda de Mãe-Bá e o Poço de Anchieta. Essas narrativas, ricas em simbolismo e transmitidas de geração em geração, mantêm viva a identidade popular e fomentam a conexão com a cultura indígena local.
A Lenda do Jaraguá remonta ao período colonial e é uma das principais figuras míticas de Anchieta. Seu nome, em tupi-guarani, significa “bicho que pega” e, historicamente, foi utilizada pelos jesuítas como ferramenta de catequização dos povos indígenas. Ele é representado pela caveira de cavalo e um corpo coberto de musgo, simbolizando tanto intimidação quanto educação cultural. Nos dias atuais, o Jaraguá faz parte de um bloco carnavalesco que anima as ruas da cidade, preservando uma tradicional cantiga popular que diz: “Lá vem, lá vem, lá vem a Jaraguá, corpo de gente e cabeça de anima”.
Outra narrativa marcante é a da Lagoa de Mãe-Bá, que retrata a história de uma anciã indígena, líder e curandeira. Após uma travessia em busca de ajuda espiritual, Bá sofre um trágico acidente e suas cinzas são lançadas nas águas da lagoa, que se tornam abundantes em peixes, simbolizando fartura. Apesar da falta de documentação histórica, essa lenda é reconhecida como patrimônio imaterial e realça a essência dos saberes indígenas na identidade cultural de Anchieta.
O Poço de Anchieta, ou Poço Abaré Padre José de Anchieta, também é uma parte importante das tradições locais. De acordo com a lenda, o jesuíta José de Anchieta, durante um período de estiagem, fez brotar água fresca ao tocar o solo com seu cajado, um evento considerado um milagre. Esse local continua a ser um destino para moradores e turistas, funcionando como um espaço de memória, fé e história.
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