Dólar supera R$ 5,50 e Bolsa registra queda em meio a tensões comerciais e preocupações fiscais
Em um dia marcado por movimentos intensos nos mercados financeiros, o dólar comercial encerrou a sexta-feira, 10 de outubro, cotado a R$ 5,503, alcançando a maior marca desde o início de agosto. A moeda norte-americana registrou uma alta de R$ 0,128, ou 2,38%, em apenas um dia. A cotação chegou a ser negociada a R$ 5,36 nas primeiras horas do pregão, mas rapidamente se inverteu, atingindo a máxima do dia logo após às 14h. Com essa flutuação, o dólar acumulou uma valorização de 3,39% neste mês, refletindo as crescentes incertezas no cenário econômico, tanto no Brasil quanto no exterior.
O clima também foi desfavorável para a bolsa brasileira. O índice Ibovespa, da B3, terminou a jornada em 140.680 pontos, registrando um recuo de 0,73% e acumulando perdas de 3,8% no mês. Essa queda é atribuída a uma combinação de fatores, que inclui novas tensões comerciais entre Estados Unidos e China e preocupações sobre o equilíbrio fiscal brasileiro. O real, por sua vez, teve um desempenho inferior em comparação a outras moedas emergentes, exacerbando a volatilidade do dia.
Guerra Comercial e Efeitos no Mercado
A instabilidade no cenário internacional foi impulsionada por novas medidas do governo dos Estados Unidos, que anunciou um aumento significativo nas tarifas sobre produtos chineses. O presidente Donald Trump, em um comunicado na plataforma Truth Social, mencionou a intenção de impor um aumento considerável de taxas em resposta à ampliação dos controles chineses sobre a exportação de terras raras, um insumo essencial para a indústria de tecnologia.
Na mesma data, Trump confirmou a implementação de uma nova tarifa de 100% sobre produtos que venham da China, o que deve impactar ainda mais o mercado financeiro global a partir da próxima semana. A situação decorrente dessa guerreira comercial culminou em uma queda nos preços do petróleo, que recuaram mais de 4%, fechando em US$ 62,73 por barril do Tipo Brent, o menor valor em cinco meses.
Por outro lado, o contexto nacional se agravou com a derrubada de uma medida provisória que visava aumentar os impostos sobre investimentos, o que gerou um buraco de R$ 17 bilhões nas contas do governo para o próximo ano. Com um cenário eleitoral se aproximando em 2026, essa decisão amplia a preocupação com o equilíbrio das contas públicas. A expectativa é que a administração debate possíveis alternativas para compensar a perda de arrecadação nas próximas semanas.
As informações sobre o comportamento das bolsas dos Estados Unidos também não foram animadoras, com quedas acentuadas. O S&P 500 caiu 2,71%, o Nasdaq recuou 3,56% e o Dow Jones, 1,88%. Com o aumento das incertezas, investidores se direcionaram para ativos considerados seguros, como ouro e títulos do Tesouro dos EUA.
Com informações da Reuters.
Dólar dispara para R$ 5,50 com tensão entre EUA e China
Fonte: Agencia Brasil.
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