Tensão Militar no Caribe Preocupa Países da Celac
A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) expressou sua “profunda preocupação” com a movimentação militar extra-regional na região do Caribe, destacando a presença de navios e submarinos dos Estados Unidos próximos à costa da Venezuela. O alerta foi emitido por países membros, incluindo Brasil, México e Colômbia, em um comunicado que reafirma o compromisso de manter a América Latina e o Caribe como uma “Zona de Paz”. Contudo, Argentina, Equador, Peru e Paraguai optaram por não assinar a nota, gerando uma divisão entre os estados da comunidade.
O comunicado enfatiza a necessidade de soluções pacíficas para controvérsias e o respeito à soberania, além de destacar a importância do diálogo, multilateralismo e integridade territorial. Este posicionamento ocorre em um contexto de elevadas tensões, onde os EUA justificam o envio de forças militares ao Caribe como parte de uma estratégia de combate ao narcotráfico. O secretário de Defesa dos EUA, Marco Rúbio, reforçou as acusações contra o governo de Nicolás Maduro, alegando que ele comanda um cartel narcotraficante, algo que especialistas e autoridades venezuelanas refutam.
O ambiente tenso foi agravado por uma série de incidentes recentes, incluindo a acusação do Pentágono de que aeronaves venezuelanas sobrevoaram navios americanos, o que os EUA consideraram provocativo. Em contrapartida, o governo Maduro iniciou a convocação de civis para alistamento nas Milícias Bolivarianas, uma força paramilitar auxiliar do Exército, ampliando ainda mais a tensão na região.
Na carta da Celac, os países assinantes ressaltaram que o combate ao crime organizado deve ocorrer dentro da legalidade e pela cooperação internacional, e não através de ações unilaterais que possam ameaçar a estabilidade regional. O documento também fez referência ao Tratado de Tlatelolco, que proíbe armas nucleares na América Latina, reafirmando o desejo de paz e segurança coletiva entre os países signatários.
Por outro lado, a visita de Rúbio ao México e Equador, onde desqualificou relatórios da ONU sobre a Venezuela, acirrou ainda mais os ânimos. O chanceler venezuelano, Yván Gil, reagiu ao discurso do secretário de Estado, ironizando a parceria dos EUA com o Equador, enquanto o presidente equatoriano, Daniel Noboa, tem intensificado ações contundentes contra o narcotráfico, numa resposta à crescente criminalidade associada ao tráfico de drogas na região.
Os desdobramentos desta situação permanecem incertos, mas indicam um cenário de crise diplomática e militar que poderá impactar toda a dinâmica da segurança na América Latina e no Caribe.
Maioria da América Latina manifesta preocupação com EUA no Caribe
Fonte: Agencia Brasil.
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