Republicanos no Missouri Iniciam Processo de Redesenho de Distritos para 2026, Seguindo Exemplo do Texas
Na última quinta-feira, 5 de outubro, o parlamento do Missouri deu início à discussão sobre a reconfiguração dos distritos eleitorais, uma estratégia para favorecer o Partido Republicano nas eleições legislativas de 2026. Essa prática, conhecida como “gerrymandering” ou manipulação eleitoral, visa aumentar o número de cadeiras ocupadas por republicanos na Câmara de Representantes dos Estados Unidos. O movimento ocorre em meio à pressão exercida pelo ex-presidente Donald Trump, que tem incentivado os governadores e legisladores locais a modificarem os mapas eleitorais, buscando consolidar sua influência mesmo após sair da Casa Branca.
No Texas, um exemplo recente dessa prática se tornou notório: em agosto, os republicanos aumentaram em cinco o número de representantes na Câmara, provocando críticas sobre a desproporção que tal mudança poderia gerar entre diferentes grupos étnicos. O deputado democrata texano, Vince Perez, denunciou que as novas divisões permitiriam que o voto de uma pessoa branca valesse mais do que o de cinco eleitores negros. Segundo o professor emérito de história da Universidade Brown, James N. Green, essa manipulação eleitoral serve ao desejo de Trump de evitar uma possível perda de maioria na Câmara em 2026, um histórico que tradicionalmente afeta o partido no poder.
O governador do Missouri, Mike Kehoe, justificou a alteração como uma forma de expressar os valores “conservadores” do estado, enfatizando que o novo mapa refletiria uma liderança alinhada com interesses locais. Trump expressou seu apoio à iniciativa em redes sociais, argumentando que o novo mapa daria aos habitantes do Missouri a chance de eleger mais republicanos.
Por outro lado, a Califórnia, sob liderança democrata, planeja responder a essas mudanças no Texas, prometendo redesenhar seus próprios distritos para reverter a nova vantagem republicana. Contudo, essa alteração na Califórnia requer um referendo, cuja votação está prevista para novembro.
A prática de redesenho de distritos, geralmente realizada após o Censo da população a cada dez anos, deveria obedecer critérios objetivos, focando na demografia. Entretanto, o uso da prática para proteger interesses partidários levantou polêmicas, levando alguns estados a instaurarem comissões independentes para controlar tais mudanças, que em muitos casos são decididas pelas assembleias estaduais.
A pressão para rever a delimitação dos distritos eleitorais não se restringe ao Missouri; estados como Indiana, Flórida e Ohio estão debatendo mudanças similares, ao passo que democratas em Illinois, Nova York e Maryland também contemplam alterações para contrabalançar as manobras republicanas.
“Manipulação eleitoral” ganha força nos EUA com pressão de Trump
Fonte: Agencia Brasil.
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