Países Amazônicos Assinam Declaração de Apoio ao Fundo florestal na Cúpula da Amazônia
Bogotá, Colômbia – Impulsionados por Brasil e Colômbia, os países que compõem a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) se preparam para assinar, na próxima sexta-feira (22), uma declaração conjunta em apoio ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). O TFFF, que busca financiar a preservação dos biomas florestais localizados em cerca de 70 países, será formalmente apresentado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, conhecida como COP30, que ocorrerá em Belém, no final deste ano.
A declaração será um dos documentos a serem referendados na nova edição da Cúpula da Amazônia, marcada para Bogotá, que contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele embarca para a Colômbia na quinta-feira (21). A cúpula também contará com a participação do presidente colombiano Gustavo Petro e de organizações da sociedade civil, que apresentarão sugestões para enfrentar desafios ambientais críticos, como o aquecimento global.
Além do TFFF, a reunião deverá ratificar a Carta de Bogotá, que reforça os compromissos dos países em ações voltadas para o combate ao desmatamento e ao desenvolvimento sustentável do bioma amazônico. O embaixador João Marcelo Queiroz, diretor do Departamento de América do Sul do Ministério das Relações Exteriores (MRE), explicou que a declaração focará nas mudanças climáticas e nos avanços realizados desde a cúpula de Belém, em 2023.
Com a presença confirmada de líderes da América do Sul, como a vice-presidente do Equador, Maria José Pinto, a cúpula se mostra um marco significativo para a diplomacia ambiental na região.
Estratégia Diplomática e Financiamento Verde
O Fundo Florestas Tropicais para Sempre visa arrecadar aproximadamente US$ 125 bilhões (cerca de R$ 680 bilhões) a partir de recursos públicos e privados, para financiar ações de preservação florestal. A proposta inova ao remunerar países em desenvolvimento que mantêm florestas tropicais, oferecendo até US$ 4 por hectare preservado. Para o Brasil, isso pode significar um aporte financeiro potencial que supera em até sete vezes o orçamento anual do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), atualmente em cerca de R$ 3,5 bilhões, alcançando cifras que podem ultrapassar R$ 24 bilhões por ciclo de pagamento.
Desenhado pelo Brasil e apoiado por nações como Colômbia, Noruega, Reino Unido e França, o fundo tem o respaldo de países que também possuem extensas florestas tropicais, como Gana, República Democrática do Congo (RDC), Malásia e Indonésia. Um evento recente na RDC manifestou apoio ao TFFF, e iniciativas semelhantes são esperadas em países da Bacia do Mekong e da Ilha de Bornéu.
Conforme destacou Patrick Luna, chefe da Divisão de Biodiversidade do MRE, a contribuição para o fundo não se caracteriza como uma doação, mas sim um investimento que promete retorno competitivo para investidores, além de assegurar que 20% dos recursos serão destinados diretamente a comunidades indígenas e tradicionais que habitam e preservam esses biomas.
Todas as ações do fundo serão coordenadas por um comitê, cuja formação incluirá representantes dos países envoltos no projeto, garantindo um modelo de governança colaborativa para a preservação da Amazônia e das florestas tropicais do mundo.
Países amazônicos defenderão fundo para preservar florestas
Fonte: Agencia Brasil.
Meio Ambiente