A União Brasil, sob a liderança de Marcelo Santos, reafirma seu alinhamento com o governo de Renato Casagrande (PSB) no Espírito Santo, mesmo após a decisão nacional de pedir demissões de cargos no governo federal. Com a formalização da superfederação com o Progressistas (PP), o partido busca fortalecer sua posição política no estado.
A nota divulgada pela sigla nessa quinta-feira (28) revela que os filiados têm 24 horas para se desligar de suas funções no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Ministério do Turismo, atualmente sob a liderança de Celson Sabino (União-PA), será um dos setores afetados pela decisão. No cenário capixaba, a União Progressista permanece aliada a Casagrande, enquanto suas lideranças federais já articulam com o antigo adversário ideológico.
Marcelo Santos, presidente da Assembleia Legislativa e pré-candidato a deputado federal, destacou sua intenção de apoiar tanto Casagrande quanto Ricardo Ferraço em 2026. O deputado federal Da Vitória (PP), prestes a assumir a presidência da União Progressista, também está integrado ao arco de alianças do governador, mas apesar de estar alinhado com Casagrande, mantém relações com a extrema direita no Congresso Nacional.
Contudo, a direção política do deputado Evair de Melo (PP) e seus planejamentos para uma candidatura ao Senado mostram que o quadro ainda é instável. Ele é um dos principais articuladores da candidatura de Lorenzo Pazolini (Republicanos) ao Governo do Estado, inserindo a federação em uma posição crítica na oposição ao governo de Casagrande.
A situação de Felipe Rigoni, o ex-presidente estadual da União Brasil, também se destaca. Embora não seja bolsonarista, Rigoni está distante do campo progressista e está cotado para se candidatar a deputado federal, possivelmente por outra sigla, como o Podemos.
Com as movimentações políticas em jogo, Arnaldinho Borgo, prefeito de Vila Velha, atualmente sem partido, recebeu convite para se filiar ao PP. Sua inclinação à direita e as articulações em torno de uma candidatura ao governo ressaltam as divergências dentro do grupo de Casagrande.
Por fim, a saída da União Brasil da coalizão nacional não afeta apenas o cenário estadual, mas também o planejamento do Partido dos Trabalhadores (PT), que provavelmente buscará uma candidatura própria a governador, com o deputado Helder Salomão na linha de frente.

Fonte: Século Diário