Taxas de Juros em Estabilidade: Banco Central Divulga Estatísticas de Crédito
As taxas médias de juros no Brasil mantiveram-se praticamente estáveis em julho de 2023, atingindo a marca de 31,4% ao ano, conforme indicado pelas Estatísticas Monetárias e de Crédito publicadas nesta quarta-feira (27) pelo Banco Central (BC). Em comparação ao mês anterior, houve uma ligeira variação negativa de 0,2 ponto percentual, mas o cenário revela um aumento considerável de 3,6 pontos percentuais nos últimos 12 meses. Esse patamar elevado reflete o ciclo de alta na taxa Selic, que atualmente está fixada em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Essa taxa básica de juros é utilizada pelo BC como um importante mecanismo para controlar a inflação no país.
De acordo com o BC, a manutenção das taxas elevadas visa esfriar a demanda e conter a inflação, promovendo um aumento nos custos do crédito e incentivando a poupança. A expectativa é que a taxa Selic permaneça nesse nível até, pelo menos, o final de 2025. O próximo encontro do Copom ocorrerá em setembro, onde novas estratégias poderão ser discutidas à luz das condições econômicas vigentes.
No que tange ao spread bancário, que mede a diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e as taxas cobradas dos clientes, este cifra em 20,3 pontos percentuais, apresentando certa estabilidade com uma redução de 0,2 ponto percentual em julho, mas registrando um aumento de 1,7 pontos percentuais em 12 meses.
Em relação ao crédito direcionado e livre para pessoas físicas e jurídicas, as taxas mostram dinâmicas distintas. De acordo com os dados, o crédito livre para famílias alcançou 57,7% ao ano, apresentando uma leve redução mensal, enquanto os juros do cartão de crédito rotativo dispararam para 446,6% ao ano. Para as empresas, a taxa média de crédito livre subiu para 25%, refletindo uma pressão adicional sobre os custos de financiamento dentro deste segmento.
Crédito Direcionado e Saldos das Operações
No setor do crédito direcionado, que se destina a áreas como habitação, infraestrutura e microcrédito, as taxas para pessoa física subiram para 11,2% ao ano, e para empresas, caiu para 13,6% ao ano. Em julho, as concessões de crédito totalizaram R$ 644,1 bilhões, evidenciando um crescimento nominal de 12,3% em relação ao ano anterior.
O estoque total de empréstimos concedidos pelos bancos do Sistema Financeiro Nacional somou R$ 6,715 trilhões, com um aumento de 0,4% se comparado ao mês anterior, ressaltando uma expansão de 0,6% no crédito às famílias, enquanto o crédito às empresas recuou 0,1%.
Endividamento Familiar e Inadimplência
Os dados do Banco Central também indicam que a inadimplência se manteve estável, com a taxa atual de 3,8% em julho. O endividamento das famílias, que considera a relação entre o total das dívidas e a renda acumulada nos últimos 12 meses, chegou a 48,7%, um aumento de 1% em relação ao mesmo período do ano passado. Excluindo o financiamento imobiliário, esse índice foi de 30,5%. O comprometimento da renda, que mede a porcentagem da renda média destinada ao pagamento de dívidas, registrou um leve recuo para 27,6% em junho.
Os indicadores apresentados são essenciais para compreender a atual situação econômica do Brasil, refletindo o comportamento do mercado de crédito e as consequências das políticas monetárias implementadas pelo Banco Central.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Taxa média de juros fica em 31,4% ao ano em julho
Fonte: Agencia Brasil.
Economia

