A Câmara de Guarapari aprovou, em uma sessão extraordinária repleta de tensões, um Projeto de Lei Complementar que cria 29 cargos comissionados na prefeitura. A proposta, de autoria do prefeito Rodrigo Borges, gerou protestos de servidores municipais, que se manifestaram com cartazes e confrontos verbais durante a votação.
Entre os novos cargos, oito serão no gabinete do prefeito, incluindo três de assessor especial I, com salários que chegam a R$ 8 mil. A Secretaria de Saúde será a mais beneficiada, com a criação de 11 novas vagas. O impacto orçamentário previsto é de mais de R$ 2 milhões anuais.
O projeto, que havia sido retirado da pauta em uma sessão anterior para “adequações”, foi aprovado sem que a população tivesse sido previamente informada. A medida gerou debates acalorados no plenário, onde apenas o vereador Vinicius Lino votou contra a proposta.
É importante destacar que o Tribunal de Contas do Estado proibiu a Prefeitura de Guarapari de realizar contratações efetivas e pagar horas extras, uma realidade que contrasta com a nova criação de cargos. O prefeito Rodrigo Borges já havia utilizado essas limitações como justificativa para não conceder reajustes salariais aos servidores em seu primeiro ano de gestão.
A equipe do Século Diário tentou obter um posicionamento da Prefeitura sobre os protestos, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria. Também foi feita uma solicitação à presidente da Câmara Municipal, Sabrina Astori, sobre a convocação da sessão extraordinária, sem retorno até o momento.


