O senador capixaba Marcos do Val (Podemos) enfrenta uma crescente pressão no Senado Federal para se licenciar, em um esforço para amenizar a tensão com o Supremo Tribunal Federal (STF). Notícias recentes indicam que um acordo seria discutido, envolvendo a revisão das punições aplicadas pelo ministro Alexandre de Moraes em troca de uma licença médica por parte do senador.
A proposta também inclui a possibilidade de uma suspensão do mandato por seis meses, a ser determinada pela Mesa Diretora, fundamentada na divulgação de relatórios sigilosos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre os eventos de 8 de janeiro. No entanto, Marcos do Val resiste a essa solução e, em seu pronunciamento na quarta-feira, reiterou sua posição de que as sanções são ilegais. Ele declarou: “As nossas garantias constitucionais foram todas violadas. O precedente está aberto e se esta Casa não agir contra essas violações, amanhã poderá ser qualquer um dos 81 Senadores que sofrerá as duras penas da censura.”
As medidas determinadas por Moraes, como a utilização de tornozeleira eletrônica, não foram submetidas ao plenário, o que acirra ainda mais os conflitos entre a extrema direita e o STF, especialmente após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Contudo, o apoio a Marcos do Val não é unânime mesmo entre seus pares, existindo suspeitas sobre sua saúde mental. Em um episódio recente, ele publicou uma carta que parecia uma despedida, dirigida àqueles que “desejavam” sua morte, embora tenha excluído o post logo após.
A cúpula do Senado, incluindo o presidente Davi Alcolumbre (União), intensificou a pressão para a reativação do Conselho de Ética da Casa, que está sem liderança desde o início do ano. Com os colegas do senador preferindo que ele se afaste temporariamente, a situação continua em impasse, complicando o cenário político no Senado.

Fonte: Século Diário

