Reino Unido Reconhecerá a Palestina como Estado até Setembro se Israel Não Aliviar Sofrimento em Gaza
O governo do Reino Unido anunciou nesta terça-feira (29) que está preparado para reconhecer a Palestina como um Estado até setembro deste ano, caso Israel não compreenda a gravidade da situação humanitária na Faixa de Gaza e não tome medidas concretas para aliviar o sofrimento dos civis. Essa declaração surge em um contexto de crescente pressão internacional sobre Israel, especialmente após a recente escalada do conflito com o Hamas, que resultou na morte de mais de 60 mil palestinos desde o início de outubro. O primeiro-ministro britânico Keir Starmer enfatizou a urgência dessa situação, citando imagens de bebês famintos e crianças debilitadas em Gaza, que refletem uma falha catastrófica na ajuda humanitária. A decisão do Reino Unido foi elaborada em conjunto com a França, que também sinalizou que reconhecerá a Palestina nas Nações Unidas em setembro, fazendo com que ambos os países possam se tornar as primeiras potências ocidentais a adotar tal postura.
Na declaração oficial, Starmer estabeleceu quatro condições que o governo de Benjamin Netanyahu deve cumprir para evitar o reconhecimento britânico da Palestina. Estas incluem a implementação de um cessar-fogo, ações concretas para melhorar as condições em Gaza, a cooperação com a ONU para a distribuição de ajuda humanitária e a garantia de que não ocorrerão anexações na Cisjordânia. O primeiro-ministro também reiterou que a posição do Reino Unido quanto ao Hamas é clara — a organização deve liberar todos os reféns e se desarmar.
De acordo com dados da ONU, mais de 140 dos 190 países que compõem a organização já reconhecem a Palestina como um Estado, incluindo o Brasil, que formalizou este reconhecimento em 2010. Contudo, na Europa, apenas cinco dos 27 Estados membros, entre os quais Eslovênia, Suécia, Espanha, Irlanda e Noruega, chegaram a essa mesma conclusão.
A reação do governo israelense foi imediata. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores criticou a mudança na postura britânica, alegando que isso representa uma recompensa ao Hamas e pode comprometer os esforços para um cessar-fogo e a libertação de reféns. Enquanto isso, a dor e a fome continuam a marcar o cotidiano de quase 2 milhões de palestinos em Gaza, onde a mistura de bloqueios e conflitos amplia a pressão internacional sobre Israel e os Estados Unidos.
Neste momento, uma conferência da ONU discute a solução de dois Estados como um caminho para abordar a crise na Palestina, com o foco em tornar essa alternativa uma realidade concreta.
Reino Unido vai reconhecer Palestina se Israel rejeitar cessar-fogo
Fonte: Agencia Brasil.
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