Recuperação de Terras Degradadas: Eco Invest Brasil Mobiliza R$ 17,3 Bilhões para Sustentabilidade até 2027
Cerca de 1,5 milhão de hectares de terras degradadas no Brasil poderão ser recuperados até 2027 com o investimento de R$ 17,3 bilhões por 11 instituições financeiras, conforme resultado do segundo leilão do Programa Eco Invest Brasil, divulgado recentemente pelo Tesouro Nacional. O programa, criado para mobilizar capital privado em projetos sustentáveis, permitirá que esse montante catalítico desbloqueie até R$ 31,4 bilhões em investimentos totais, tanto públicos quanto privados. Lançado no ano passado, o Eco Invest é parte do Plano de Transformação Ecológica, que visa melhorar a qualidade ambiental e social do país.
O investimento será direcionado para a recuperação de áreas nos biomas da Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa, Pantanal e, mais recentemente, na Floresta Amazônica. A proposta é que os recursos contribuam não apenas para a restaurar a vegetação nativa, mas também para fomentar o desenvolvimento de uma economia sustentável que gere emprego e inclusão social. O edital do leilão, lançado em abril, exigiu que as propostas seguissem critérios ambientais rigorosos, garantindo que a recuperação do solo e a preservação da biodiversidade fossem prioridades.
Mobilização de Recursos
Dos R$ 17,3 bilhões captados, R$ 16,5 bilhões são oriundos da linha pública de capital do Eco Invest, refletindo a parceria entre o governo e a iniciativa privada na busca por soluções inovadoras que atendam às demandas sociais e ambientais. O leilão teve ainda a colaboração do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que auxiliou na estruturação das linhas de crédito climático, e da Embaixada do Reino Unido no Brasil, que apoiou a criação de soluções financeiras com impacto positivo.
A área a ser reabilitada é equivalente a quase três vezes o tamanho do Distrito Federal e será crucial para a geração de mais de 170 mil empregos. Os recursos serão disponibilizados a produtores rurais, cooperativas agropecuárias e empresas de setores relacionados ao agronegócio, incluindo fabricantes de bioinsumos e usinas de biocombustíveis, visando uma abordagem integradora de desenvolvimento econômico e ambiental.
Critérios e Monitoramento
As propostas apresentadas no leilão foram avaliadas com base em critérios de alavancagem e no potencial de recuperação de hectares, com um investimento mínimo de R$ 100 milhões por projeto. Além disso, as instituições envolvidas no programa devem garantir que ao menos 50% de seus investimentos se concentrem na produção de alimentos, priorizando proteína animal e lavouras, com especial ênfase à recuperação da Caatinga.
As exigências do Eco Invest Brasil também incluem o monitoramento contínuo dos impactos ambientais, com medições de emissões de gases de efeito estufa e avaliações periódicas da qualidade do solo. Essas medidas visam assegurar que a recuperação das áreas degradadas se alinhe a um desenvolvimento sustentável e responsável.
Leilão Anterior e Potencial de Investimento
O primeiro leilão do Eco Invest Brasil, homologado em novembro de 2024, captou R$ 6,81 bilhões em capital público catalítico do Tesouro Nacional, com expectativas de buscar R$ 37,55 bilhões de capital privado. Os setores priorizados incluem a transição energética, economia circular e infraestrutura resiliente às mudanças climáticas, evidenciando a ampla gama de aplicações dos recursos mobilizados.
Este projeto é uma esperança renovadora para o Brasil, propondo um futuro onde a sustentabilidade e o crescimento econômico possam coexistir de forma harmônica e produtiva.
Foto: Agência Brasil
Recuperação de áreas degradadas pode contar com R$ 31,4 bilhões
Fonte: Agencia Brasil.
Meio Ambiente