Desafios na luta contra o narcotráfico exigem maior integração entre forças de segurança, alerta promotor de SP
A necessidade urgente de integração entre as diversas forças de segurança no Brasil foi destacada pelo promotor Lincoln Gakiya, durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado no Senado, nesta terça-feira. Especialista na investigação contra facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC), Gakiya apontou que a falta de cooperação e as disputas institucionais entre polícias e o Ministério Público estão entre os principais obstáculos no combate eficaz ao narcotráfico organizado.
No encontro, que também discutiu a recente operação policial no Rio de Janeiro com saldos trágicos, o promotor criticou a desunião prevalente entre os órgãos de segurança e propôs a criação de uma Autoridade Nacional para fortalecer a política de combate ao crime organizado. Ele enfatizou que sem a colaboração entre as entidades, os esforços se tornam fragmentados e menos eficientes.
Além disso, o promotor alertou sobre o risco de o Brasil se tornar um narcoestado diante do avanço das facções no controle da economia formal, utilizando fintechs e criptomoedas para lavagem de dinheiro. Destacou ainda a infiltração de organizações criminosas em contratos públicos, principalmente em prefeituras, após financiarem campanhas políticas.
Gakiya criticou o projeto de lei Antifacção, aprovado na Câmara dos Deputados, por não diferenciar adequadamente entre líderes e membros de facções, e mencionou as dificuldades enfrentadas por medidas contra a lavagem de dinheiro devido à insuficiente regulamentação do setor financeiro. O promotor ressaltou a necessidade de legislação e fiscalização mais robustas para impedir o avanço das atividades criminosas em setores legitimados da economia.
(Nota: Todas as informações são baseadas no testemunho de Lincoln Gakiya na CPI do Senado Federal e os dados relatados estão em conformidade com as investigações do Ministério Público de São Paulo.)
Falta integrar polícias contra facções, diz promotor que investiga PCC
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