Petrobras e Ibama Iniciam Avaliação Pré-Operacional na Margem Equatorial
Neste domingo (24), a Petrobras e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) darão início à Avaliação Pré-Operacional (APO) no bloco FZA-M-59, situado na Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial. Este teste, considerado a última etapa do processo para a obtenção da licença ambiental para exploração de petróleo, consiste em um intenso simulado de emergência, previsto para durar entre três e quatro dias.
A Margem Equatorial é reconhecida pela indústria do petróleo como uma nova fronteira de exploração, apresentando um potencial significativo de produção. No entanto, a proximidade com ecossistemas sensíveis gera preocupações sobre os possíveis impactos ambientais da atividade. O bloco FZA-M-59 está localizado a 175 quilômetros da costa do Oiapoque, no Amapá. A sonda NS-42 já se encontra posicionada no poço Morpho 1-APS-57, onde a perfuração será realizada, caso a autorização seja concedida.
Durante a APO, a eficácia do plano de emergência da Petrobras será testada por meio de simulações que avaliam a resposta a possíveis derramamentos de óleo. Mais de 400 profissionais estarão envolvidos, incluindo médicos veterinários e biólogos, que atuarão na proteção da fauna local. A estrutura aplicada envolve aeronaves para resgates e monitoramentos de emergência, refletindo a seriedade com que a empresa trata a segurança e a preservação ambiental.
Estrutura e Preparativos
A mobilização para o exercício simulado inclui a participação de diversos equipamentos e recursos humanos treinados. De acordo com a Petrobras, o evento foi agendado após intensas negociações entre a estatal e o Ibama e representa um passo crucial em direção à exploração da área.
O procedure simulado verificará a capacidade de resposta às situações de emergência, garantindo que todos os protocolos sejam cumpridos. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou que a companhia levará ao Amapá “a maior estrutura de resposta a ocorrências já mobilizada”.
Potencial Exploratória e Polêmica Ambiental
Nos últimos anos, a Margem Equatorial tem ganhado notoriedade devido a descobertas de petróleo nas costas próximas da Guiana, Guiana Francesa e Suriname, mostrando o potencial da região. No Brasil, a área vai do Rio Grande do Norte ao Amapá, mas a Petrobras atualmente tem licença apenas para perfurar dois poços na costa do Rio Grande do Norte.
Apesar do apoio do governo e de setores políticos, como a presidência do Senado, que busca agilizar a liberação de licenças, a exploração enfrenta forte resistência de ambientalistas. Estes ativistas expressam preocupações sobre os impactos ecológicos e o paradoxo que essa exploração representa em relação à transição para fontes de energia renováveis.
Além disso, a espera pela licença de exploração gera custos significativos para a Petrobras, estimados em R$ 4 milhões por dia. O debate entre segurança ambiental e desenvolvimento econômico continua fervoroso, à medida que o Brasil navega por essas águas desafiadoras.
Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna mantido pela Petrobras para a exploração na Margem Equatorial – Fernando Frazão/Agência Brasil
Margem Equatorial Brasileira se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá – Arte Petrobras/Divulgação
Petrobras testa capacidade de resposta a incidentes na Foz do Amazonas
Fonte: Agencia Brasil.
Meio Ambiente