Em recente evento no Rio de Janeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, expressou preocupações com o que descreveu como “ativismo judicial” no Brasil. Sua crítica enfatiza a necessidade de autocontenção por parte do Judiciário para manter o equilíbrio entre os poderes no Estado Democrático de Direito.
Mendonça, indicado ao STF pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, destacou que as decisões judiciais devem ser conduzidas com respeito ao invés de instigar medo ou incerteza entre a população. Ele ressaltou a importância do papel do Judiciário na garantia da paz social e na proteção das liberdades fundamentais sem usurpar funções legislativas.
A fala do ministro ocorreu apenas dois dias após a Polícia Federal indiciar o ex-presidente Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, em uma investigação que visa esclarecer atos contra o governo brasileiro e membros do STF. Este contexto sublinha a urgência de um Judiciário equilibrado e respeitado.
Na mesma ocasião, o ministro Alexandre de Moraes também discursou, abordando a independência do Judiciário como essencial para a manutenção da democracia, sem mencionar diretamente Mendonça. Moraes, que é relator em casos significativos envolvendo ações contra o estado democrático, destacou o desafio de manter a independência judicial frente a tentativas de influência e pressão.
A participação dos ministros em um evento tão relevante vem em um momento crucial, onde o equilíbrio e a imparcialidade do Judiciário são testados. Ambos os discursos destacam o papel fundamental deste Poder na estrutura democrática do país, reforçando a necessidade de uma atuação prudente e respeitosa pelos tribunais.
Os comentários foram feitos durante um encontro com empresários, sublinhando não apenas questões jurídicas mas também socioeconômicas, manifestando a interdependência entre a justiça e o desenvolvimento econômico do Brasil. Estes aspectos são de especial importância para a compreensão da dinâmica atual do país, na medida em que interações entre os poderes executivo, legislativo e judiciário influenciam diretamente o ambiente de negócios e a confiança institucional.
Mendonça critica ativismo judicial e defende autocontenção da Justiça
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