Lula no Fórum Mundial da Alimentação: “A fome é irmã da guerra”
Durante a abertura do Fórum Mundial da Alimentação em Roma, nesta segunda-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um contundente alerta sobre a interconexão entre a fome e os conflitos armados globais, afirmando que “a fome é irmã da guerra”. Em seu discurso, Lula enfatizou que as guerras não se limitam apenas ao uso de armas, mas também se manifestam através de tarifas e subsídios, que impactam diretamente a segurança alimentar. Ele destacou a destruição das cadeias produtivas e a desorganização da agricultura em países em desenvolvimento como consequências trágicas dos conflitos armados.
No contexto de crises internacionais, como a situação em Gaza e as falhas da Organização Mundial do Comércio, Lula observou que a fome se tornou um reflexo do desmantelamento das regras e instituições multilaterais. “O acesso a alimentos continua sendo um recurso de poder”, afirmou ele, referindo-se às desigualdades que persistem entre ricos e pobres, bem como entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento. Apesar da produção mundial de alimentos ser suficiente para alimentar 1,5 vez a população global, 673 milhões de pessoas ainda enfrentam insegurança alimentar.
O presidente também comemorou o recente anúncio da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) que informou que o Brasil saiu do Mapa da Fome. “Em 2024, alcançamos a menor proporção de domicílios em situação de insegurança alimentar grave da nossa história”, enfatizou, acrescentando que o país está interrompendo o ciclo de exclusão alimentar.
Além disso, Lula destacou o papel fundamental do Brasil nos 80 anos da FAO e sua contribuição em questões alimentares globais. Ele reiterou a importância do multilateralismo, afirmando que, sem ele, o mundo seria um lugar pior para se viver. O presidente recordou seu envolvimento na celebração dos 70 anos da FAO e ponderou sobre as mudanças que ocorreram ao longo da década, expressando preocupação com o enfraquecimento do otimismo e da capacidade de ação coletiva frente aos desafios atuais.
“Onde houver fome, a FAO permanecerá indispensável”, concluiu Lula, enfatizando que um país soberano é aquele capaz de alimentar sua população, uma condição essencial para a democracia e o exercício pleno da cidadania.
As imagens que ilustram o evento foram gentilmente fornecidas pela Agência Brasil.
Fome é irmã da guerra e inimiga da democracia, diz Lula
Fonte: Agencia Brasil.
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