A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, presidida pelo senador Fabiano Contarato (PT), foi constituída após a chocante chacina nos Complexos do Alemão e da Penha, que resultou em 121 mortes. Contarato venceu a eleição para a presidência por um escasso voto de diferença, demonstrando a divisão entre governo e oposição no Senado.
O relator da CPI será o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento que originou o colegiado. Com um prazo de 120 dias, prorrogável por mais 60, a comissão se dedicará a investigar a atuação de facções e milícias em todo o País. Magno Malta (PL) e Marcos do Val (Podemos), senadores da oposição, também farão parte do grupo, que conta com 11 membros no total.
Contarato se comprometeu a atuar de forma independente e ressaltou que a segurança pública é uma agenda que deve integrar todos os lados do espectro político. O senador fez um apelo às lideranças progressistas, destacando a importância de abordar a questão da segurança com coragem, técnica e empatia. A expectativa é que a CPI se torne um terreno fértil para embates entre governistas e opositores, refletindo as tensões políticas atuais.
Entre os principais temas a serem abordados estão: ocupação de territórios, lavagem de dinheiro, sistema prisional, e corruções diversas, incluindo a relação com as Forças Armadas. ser analisadas. A comissão também planeja convidar governadores e secretários de segurança dos estados mais seguros e mais perigosos, além de outros especialistas.
Com um clima de tensão já palpável na primeira reunião, as divisões políticas se tornam cada vez mais evidentes. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) expressou preocupação quanto à capacidade de investigar o governo Lula através de uma CPI liderada por membros do PT, enquanto Randolfe Rodrigues (PT-AP) defendeu a experiência dos delegados de polícia envolvidos na comissão.
As imagens associadas à matéria foram tiradas por Andressa Anholete / Ag.Senado.
Fonte: Século Diário

