À medida que a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) se aproxima, líderes e organizações sociais brasileiras, presentes na Semana do Clima em Nova York, têm expressado otimismo significativo quanto ao papel de liderança do Brasil no diálogo global sobre a crise climática. Este evento preparatório, que já se configura como um dos de maior engajamento na história do multilateralismo, ocorre em um momento crucial, evidenciando a importância da participação ativa do Brasil.
Durante a Semana do Clima, vários aspectos foram debatidos intensamente, incluindo os esforços em política ambiental brasileira e a participação internacional dirigida pela figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A intensa agenda teve pontos altos na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, onde o presidente destacou a relevância das questões climáticas e a necessidade iminente de ações concertadas.
Karen Oliveira, da The Nature Conservancy Brazil e Coalizão Brasil, comentou sobre a vibrante agitação na cidade com a presença de diversas delegações e representantes de vários setores engajados em fomentar ações climáticas. O ambiente criado é visto como um reflexo da capacidade diplomática do Brasil em construir consensos e facilitar diálogos entre nações com perspectivas divergentes, uma posição também ressaltada por Alexandre Prado, da WWF-Brasil, que lembrou do histórico do país em sediar eventos fundamentais como a Eco92 no Rio de Janeiro.
Um desafio notável mencionado por Gustavo Souza, diretor da Conservação Internacional (CI-Brasil), é a atualização das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) em conformidade com o Acordo de Paris. Ele observa que muitas das NDCs presentes são menos ambiciosas do que o necessário, uma questão crítica para o cumprimento das metas de limitação do aquecimento global.
Outro ponto crítico discutido foi a expansão da produção de petróleo no Brasil, apresentada no recente relatório sobre o gap fóssil. Natalie Unterstell, do Instituto Talanoa, fez um alerta sobre a contradição entre o crescimento na produção de petróleo e a necessidade de mecanismos mais firmes para a conservação de ecossistemas, como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) e os mercados de carbono.
Apesar dos desafios, o otimismo prevalece entre os membros da sociedade civil, que veem na COP30 uma oportunidade para ampliar a mobilização global necessária para enfrentar a crise climática de forma eficaz, seguindo exemplos de sucesso como a recuperação da camada de ozônio anunciada sob a Convenção de Viena e o Protocolo de Montreal.
Este importante evento é um prelúdio para a Pré-COP em outubro em Brasília, considerada um termômetro essencial para as negociações e ações climáticas que serão profundamente discutidas na COP30 em Belém, marcando um momento de vital importância no calendário ambiental internacional.
Semana do Clima em Nova York reflete força de liderança brasileira
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