Licença à Petrobras para Pesquisa na Margem Equatorial Não Compromete Credibilidade da COP30, Afirma Diretora-Executiva
A diretora-executiva da COP30, Ana Toni, defendeu nesta sexta-feira (24) a credibilidade do Brasil no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, ao comentar a licença concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a Petrobras iniciar operações de pesquisa exploratória na Margem Equatorial, na bacia sedimentar da Foz do Amazonas. Toni destacou que essa licença não deve afetar a legitimidade da presidência brasileira na COP, pois países de todo o mundo enfrentam dilemas semelhantes em suas políticas energéticas. A declaração foi feita durante o Encontro com a Imprensa Internacional promovido pela Associação da Imprensa Estrangeira (AIE).
De acordo com Ana Toni, a licença representa uma oportunidade para ampliar o debate sobre o uso de combustíveis fósseis, mencionando que o Brasil já avançou em discussões sobre desmatamento e suas implicações climáticas. “Esse debate sobre energia no Brasil nunca foi tão maduro”, afirmou, enfatizando a necessidade de um diálogo aberto sobre a matriz energética desejada pelo país.
Em entrevista, ela também abordou os desafios enfrentados pelo Brasil ao lidar com críticas de diversos grupos, incluindo organizações ambientais e comunidades indígenas, que alertam sobre os riscos associados à exploração na Margem Equatorial. Para Toni, a exploração de petróleo pode financiar uma transição energética mais limpa, um ponto defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reiterou a importância dos recursos do petróleo para investimentos em energia sustentável.
Ana Toni ressaltou que o Brasil cumpre as obrigações do Acordo de Paris, adotado em 2015, e está comprometido em lidar com os desafios da mudança climática de forma transparente, convidando outros países a fazerem o mesmo. Em relação à COP30, até agora foram credenciadas 163 delegações, com 132 delas já com acomodações garantidas, um indicativo da relevância do evento no cenário internacional.
Adicionalmente, a diretora-executiva mencionou a influência de conflitos globais nas negociações climáticas e a relevância do convite ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para participar da COP, caso ambos se encontrem na cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). Ana Toni reforçou que todos serão tratados como iguais nas discussões sobre clima.
Evidentemente, a posição brasileira em relação à exploração de recursos fósseis poderá ser um ponto de debate na COP30, que se aproxima. Com desafios internos e externos, o Brasil mantém a esperança de que o diálogo sobre clima e energia possa evoluir de forma construtiva durante a conferência.
Licença na Margem Equatorial deve impulsionar debates, diz Ana Toni
Fonte: Agencia Brasil.
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