Cúpula do Brics Debate Energia e Sustentabilidade em Rio de Janeiro
A partir deste domingo (6), o Rio de Janeiro se torna palco de um importante encontro internacional: a Cúpula do Brics, que reúne 11 países com foco em temas de relevância global. Entre os principais assuntos a serem discutidos, destaca-se a questão energética. Diversas vozes, incluindo representações da juventude, prometem enriquecer as discussões com suas perspectivas, especialmente sobre a energia nuclear. Alexander Kormishin, presidente e diretor-geral da Agência de Energia para a Juventude do Brics, enfatiza que muitos jovens estão apoiando a adoção da energia nuclear devido a suas características de segurança e sustentabilidade.
“Os jovens acreditam que a energia nuclear é uma opção limpa e tecnologicamente avançada, que pode garantir um acesso duradouro a recursos energéticos limpos e acessíveis para gerações futuras”, afirmou Kormishin em entrevista à Agência Brasil. O investimento em projetos nucleares é visto como um passo importante para os países do Brics, reflexão que será discutida também na próxima Conferência das Partes (COP30), programada para novembro em Belém.
Além da energia nuclear, a Cúpula abordará temas como pequenos reatores modulares e soluções de baixo carbono, que são evidências do crescente interesse global por tecnologias nucleares. Durante a 7ª Cúpula da Juventude de Energia do Brics, realizada em Brasília no mês passado, foram traçados eixos temáticos sobre esses assuntos. A energia permanece um dos pilares fundamentais nas discussões nos fóruns internacionais, sendo tradicionalmente um dos tópicos mais recorrentes nas conferências climáticas.
Transição Energética e Impactos Sociais
Kormishin também enfatiza a importância de uma transição energética justa, que leve em consideração os impactos sociais e econômicos das mudanças na matriz energética. Ele destaca que muitos jovens estão ainda em fase de formação acadêmica, dependendo financeiramente de suas famílias, e que os efeitos dessa transição podem ser significativos.
“Para nós, a segurança energética é entendida de maneira diferente em comparação com a visão dos jovens do G7, que estão mais concentrados nas consequências da crise europeia de fornecimento de gás e nos impactos da guerra na Ucrânia”, observa. A juventude do Brics está mais atenta às oportunidades de investimento e ao suporte a empreendedores jovens, com vistas a garantir que a transição energética ofereça fontes acessíveis em todas as regiões.
Durante as discussões, será abordada a questão da vulnerabilidade de certos grupos, como formuladores de políticas públicas e ativistas, frente às mudanças aceleradas na oferta de energia. Com a retirada gradual das fontes tradicionais, a necessidade de uma abordagem inclusiva se torna ainda mais urgente.
Espaço para Diálogo e Troca de Ideias
Kormishin aponta que, diante das diversidades energéticas entre os países do Brics, o diálogo e a troca de ideias são fundamentais. “Desenvolvemos uma estrutura inclusiva, baseada em pesquisa, com relatórios e perspectivas gerados pelos próprios jovens. Isso possibilita uma reflexão conjunta sobre o futuro do setor energético e como priorizar ações de forma colaborativa”, finaliza.
Esse intercâmbio de ideias incentiva os jovens a adaptar e transferir conhecimento, promovendo um processo dinâmico que espera-se florescer sob a presidência brasileira do bloco.
Jovens do Brics veem energia nuclear como saída para transição
Fonte: Agencia Brasil.
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