Illinois Processa Governo Trump Para Impedir Desdobramentos Militares em Chicago

O Estado de Illinois ingressou nesta segunda-feira (6) com uma ação judicial visando barrar o envio de até 300 soldados da Guarda Nacional federalizada para as ruas de Chicago pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Essa medida surge em meio a um crescimento dos conflitos judiciais envolvendo a autoridade presidencial para mobilizar forças militares em situações de segurança interna, especialmente em contextos relacionados a protestos e questões de imigração. A decisão de Illinois foi tomada poucas horas depois que um juiz federal do Oregon suspendia temporariamente a ação da administração Trump para enviar tropas à cidade de Portland, demonstrando um padrão de reações legais em resposta a iniciativas sociais e políticas da atual administração.

A ação de Illinois representa a quarta disputa legal endereçada ao uso sem precedentes de tropas militares para controlar a situação em áreas urbanas, destacando um ambiente de crescente tensão política e judicial. Seguindo a decisão recente do governo de federalizar as tropas, que também inclui 400 membros da Guarda Nacional do Texas, o governador democrata J.B. Pritzker expressou objeções, alegando que a mobilização é desnecessária e violadora de leis estaduais e federais.

“Esses avanços na ‘guerra’ há muito declarada pelo presidente Trump contra Chicago e Illinois são ilegais e perigosos”, afirma a queixa do governo estadual. O fundamento da ação é que a administração não seguiu as diretrizes legais para federalizar as tropas, infringindo não apenas a Lei Posse Comitatus, que restringe o uso militar para aplicação da lei, mas também violando a 10ª Emenda da Constituição, que assegura os direitos dos estados.

A Casa Branca, por sua vez, defende que os militares são essenciais para proteger os funcionários federais de “tumultos violentos”, descrevendo a situação em Chicago como problemática. Em contraponto, Illinois apresenta uma perspectiva de que os protestos têm sido majoritariamente pacíficos, com escaladas geradas pelas ações do Departamento de Segurança Interna (DHS).

Escrutínio Judicial e Contexto Nacional

A ampliação do uso de militares por Trump em resposta a eventos sociais e a criminalidade durante seu mandato tem gerado um cenário complexo, com diversas ações judiciais em mais de um estado. Os juízes da Califórnia e Oregon já sinalizaram em decisões iniciais que a administração provavelmente superou sua autoridade ao tentar mobilizar tropas locais para ações policiais.

Além disso, a retórica do presidente sugere que ele pode expandir essa prática para outras cidades controladas por democratas, como Baltimore e Nova York, provocando reações adversas e alegações de que o envio de soldados é uma forma de intimidação política. Enquanto isso, o debate sobre a legalidade e a adequação do uso de forças militares em contextos civis continua, refletindo uma das questões mais controversas da atual administração dos Estados Unidos.

A apreciação dos tribunais sobre essas disputas pode ser determinante para o futuro das políticas de segurança nacional e o equilíbrio entre a federalização de tropas e a autonomia estadual.

Illinois é novo campo de batalha judicial sobre uso da Guarda Nacional

Fonte: Agencia Brasil.

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