Mais de um ano após devastadoras enchentes, o Rio Grande do Sul ainda enfrenta o desafio de reconstruir escolas e adaptá-las para responder a futuros desastres climáticos. A informação foi confirmada por Raquel Teixeira, secretária estadual de Educação, destacando que oito escolas e a própria Secretaria ainda operam fora de suas sedes originais.
A secretária explicou que o objetivo vai além da mera reconstrução física; trata-se de implementar um robusto plano de contingência para fortalecer a resiliência da comunidade escolar diante de ciclones, chuvas intensas e outros fenômenos extremos, que têm se tornado mais frequentes na região. Em colaboração com o Banco Mundial, foram identificadas 730 escolas em zonas de risco, com 87 delas já iniciando a implementação de medidas preventivas e de preparo.
Durante sua participação no II Fórum Internacional de Sustentabilidade e Educação, promovido pela Fundação Santillana e pela OEI, Raquel compartilhou como essas estratégias estão sendo integradas não apenas às infraestruturas escolares, mas também ao currículo e à cultura local. A intenção é que as escolas não apenas sobrevivam a desastres, mas continuem funcionando sem interrupções significativas no processo educacional.
Um dos destaques das iniciativas é o Ginásio Resiliente, proposto como modelo duplo de uso: espaço para práticas esportivas e, simultaneamente, refúgio seguro em casos de emergência. Este conceito reflete a ênfase na multifuncionalidade e segurança.
Eventos recentes reforçam a urgência dessas medidas. No primeiro semestre de 2024, o estado foi palco do maior desastre natural de sua história, com inundações que afetaram quase a totalidade dos municípios gaúchos, impactando diretamente cerca de 2,4 milhões de pessoas e causando significativas perdas humanas e materiais.
Além disso, a experiência gaúcha ganhou reconhecimento internacional, sendo apresentada em um evento em Valência, Espanha, onde tempestades severas também causaram estragos consideráveis em novembro de 2024. Lá, o arquiteto José Picó destacou a importância de ouvir a comunidade escolar na reconstrução de espaços que fomentem a resiliência e a sustentabilidade.
O prêmio internacional Escolas Sustentáveis, cuja final ocorreu durante o fórum, reconheceu a Institución Educativa Comercial de Envigado, da Colômbia, por sua metodologia inovadora na gestão ambiental e comunitária, evidenciando o compromisso global com educação que prepare as futuras gerações para enfrentar e superar desafios ambientais de forma proativa e informada.
Crédito das imagens: Agência Brasil.
Comunidades ajudam a reconstruir escolas resilientes a crise climática
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