O governo federal confirmou, nesta quarta-feira (8), o lançamento do terceiro leilão do Programa Eco Invest Brasil, ampliando os esforços para atrair capital privado na transição ecológica da economia nacional. Com um arrecadamento superior a R$ 75 bilhões nos dois leilões anteriores, o programa, conduzido pelos Ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, já se estabeleceu como uma peça-chave na mobilização de investimentos sustentáveis no país.
Esta nova fase do leilão inova ao introduzir um mecanismo de proteção cambial (hedge) destinado aos investidores internacionais. Essa estratégia visa minimizar os riscos associados às flutuações do real e, por conseguinte, incentivar mais investimentos de longo prazo nas áreas de bioeconomia, transição energética e economia circular. Os interessados deverão submeter suas propostas até o dia 19 de novembro de 2025, com uma parte dos fundos sendo gerenciada através do Fundo Clima, promovendo assim apoio adicional a iniciativas inovadoras e amigáveis ao meio ambiente.
Os resultados dos leilões anteriores mostram um forte engajamento internacional, com cerca de R$ 46 bilhões dos R$ 75 bilhões totais provenientes de investidores estrangeiros. O primeiro leilão, realizado em novembro de 2024, direcionou R$ 44,36 bilhões para projetos em biocombustíveis, economia circular e infraestrutura climática. Já o segundo leilão, focado na recuperação de áreas degradadas em seis diferentes biomas, tem previsão de restaurar até 1,5 milhão de hectares até 2027, o que deve criar mais de 170 mil empregos e movimentar aproximadamente R$ 31,4 bilhões em investimentos.
Durante o anúncio do próximo leilão, Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), elogiou o modelo brasileiro, mencionando que ele serviu de inspiração para a criação do FX Edge, uma nova ferramenta do banco destinada a mitigar a volatilidade cambial em países em desenvolvimento. A embaixadora britânica no Brasil, Stephanie Al-Qaq, ressaltou o orgulho do Reino Unido em apoiar o Eco Invest Brasil, sublinhando o compromisso com a inovação em finanças sustentáveis.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, destacou a importância estrutural do programa para o Brasil, enfatizando seu papel na promoção da transformação ecológica e descarbonização da economia, reforçando o papel de liderança do Brasil no cenário global de finanças sustentáveis. O Eco Invest Brasil continua, portanto, a servir como uma plataforma essencial para o alinhamento entre desenvolvimento econômico e conservação ambiental.
Terceiro leilão do Eco Invest Brasil terá proteção a capital externo
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