Dívida Pública Federal Aproxima-se de R$ 7,7 Trilhões com Impulsão dos Juros
Em um cenário de elevações nas taxas de juros, a Dívida Pública Federal (DPF) voltou a registrar crescimento, alcançando R$ 7,67 trilhões em maio de 2023, conforme dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta sexta-feira (27). Essa marca representa um aumento de 0,71% em relação ao mês anterior, quando a DPF estava em R$ 7,617 trilhões. O indicador já havia ultrapassado a barreira dos R$ 7 trilhões em junho do ano passado e, apesar do aumento recente, permanece abaixo das previsões do Plano Anual de Financiamento (PAF), que estima que até o final de 2025 a DPF deva estar entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões.
A Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi), que compreende títulos, também mostrou crescimento, aumentando de R$ 7,31 trilhões em abril para R$ 7,361 trilhões em maio. Esse aumento foi impulsionado, principalmente, pela apropriação de R$ 75,86 bilhões em juros, resultando na necessidade de resgatar R$ 25,03 bilhões a mais do que o governo conseguiu emitir. Com a Taxa Selic elevada a 15% ao ano, a pressão sobre o endividamento público se intensifica.
Além disso, a Dívida Pública Federal externa (DPFe) avançou 0,99%, passando de R$ 306,13 bilhões para R$ 309,17 bilhões, refletindo uma alta de quase 1% do dólar em maio. Outro dado relevante é a queda do "colchão" da dívida pública, que serve como reserva financeira para momentos de instabilidade, reduzindo de R$ 904 bilhões em abril para R$ 861 bilhões. Atualmente, esse colchão é capaz de cobrir 8,77 meses de vencimentos da dívida pública, cuja previsão de pagamento em títulos federais para os próximos 12 meses é de R$ 1,229 trilhão.
Composição da Dívida e Vencimentos
A composição da DPF também apresenta alterações significativas. O percentual de títulos corrigidos pela inflação caiu de 28,46% para 26,64%. Por outro lado, a participação de títulos prefixados aumentou de 20,23% em abril para 21,1% em maio. Tais papéis, que oferecem rendimento fixo, são cada vez mais procurados pelos investidores, especialmente em tempos de incerteza econômica.
Os papéis atrelados à Taxa Selic, por sua vez, também tiveram um crescimento na participação, subindo de 47,3% para 48,25%. Essa tendência demonstra um maior interesse entre os investidores, pois as taxas atuais podem ser vistas como vantajosas. O prazo médio da DPF também subiu ligeiramente, de 4,17 para 4,20 anos, sinalizando uma maior confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar suas obrigações.
Principais Detentores da Dívida
Entre os principais detentores da DPF, as instituições financeiras lideram com uma participação de 30,1%. Seguem-se os fundos de pensão (23,6%) e os fundos de investimento (22,4%). Notavelmente, a participação dos investidores estrangeiros aumentou novamente, passando de 9,7% em abril para 9,9% em maio, embora ainda esteja abaixo do patamar de 11,2% registrado em novembro do ano passado. Esses dados são cruciais no contexto de como o governo capta recursos e como esse endividamento será administrado a longo prazo.
Com essas informações, o cenário da Dívida Pública Federal continua a ser monitorado de perto, considerando seu impacto nas finanças públicas e na economia como um todo. Para mais detalhes e atualizações, o público pode consultar o site oficial do Tesouro Nacional.
(Direitos autorais das imagens: Agência Brasil)
Dívida Pública sobe 0,71% em maio e aproxima-se de R$ 7,7 trilhões
Fonte: Agencia Brasil.
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