Divisão à Esquerda e Ascensão da Direita Marcam Eleições na Bolívia
LA PAZ, BOLÍVIA – Em um cenário político polarizado, a Bolívia se prepara para suas eleições gerais em 17 de agosto, com o ex-presidente Evo Morales influenciando significativamente o pleito apesar de não estar diretamente na corrida. Morales, agora afastado de seu antigo partido, o Movimento ao Socialismo (MAS), clama pelo voto nulo e cria uma atmosfera de incerteza e divisão no espectro político esquerdista do país.
O empresário Samuel Medina, líder nas pesquisas de intenções de voto, emerge como o grande favorito, enquanto figuras como Andrónico Rodríguez e Eduardo De Castillo, ambos do espectro de esquerda, sofrem para ganhar tração entre os eleitores. Rodríguez, ex-líder cocaleiro e presidente do Senado, viu sua popularidade declinar drasticamente nas últimas pesquisas, registrando somente cerca de 6% das intenções de voto.
A possibilidade de um governo de direita tomar a liderança após quase duas décadas de predominância esquerdista surge não apenas como uma mudança de guarda política, mas também como um teste para a constituição plurinacional adotada durante o governo de Morales em 2009. Esse documento reconhece a diversidade étnica e cultural do país, estabelecendo um novo modelo de Estado boliviano.
Enquanto a esquerda enfrenta divisões internas significativas, a direita, representada por Medina e Jorge “Tuto” Quiroga, obtém cerca de 47% dos votos combinados, indicando a possibilidade de um segundo turno em 19 de outubro, caso essa tendência se confirme.
Este cenário não apenas reflete as complexidades internas do MAS, mas também a influência contínua de Morales, cujas ações e decisões têm repercussões diretas na trajetória política boliviana. A eleição não somente decidirá o próximo presidente e vice-presidente, mas também renovará o congresso, com 130 deputados e 36 senadores sendo eleitos, em um momento crítico para a nação andina.
Bolívia: direita lidera pesquisas para presidência após 19 anos
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