Diversificação Monetária e Expansão do NDB: Dilma Rousseff Fala Sobre o Mercado Financeiro Global
No encerramento da décima Reunião Anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), realizada no Rio de Janeiro, a presidente da instituição, Dilma Rousseff, abordou as mudanças no mercado financeiro global, destacando uma crescente diversificação nas transações monetárias. O fenômeno, segundo Rousseff, aponta que mais países estão adotando suas moedas locais para as transações comerciais, embora ela tenha enfatizado que isso não implica em uma desdolarização econômica ou na substituição do dólar como principal moeda do comércio internacional. A ex-presidente do Brasil comentou sobre as discussões no Brics a respeito de possíveis alternativas ao dólar, em meio a críticas recebidas por dirigentes dos Estados Unidos, incluindo ameaças de tarifas sobre importações de nações que adotassem medidas semelhantes.
Dilma Rousseff garantiu que, apesar dos esforços em diversificação, o mercado financeiro internacional ainda permanece majoritariamente dolarizado. “Quem decide isso não é nenhum investidor externo, é o mercado. O que vejo é que os países estão optando por utilizar suas próprias moedas para o comércio”, afirmou. Desde a sua criação em 2015, o NDB tem atuado como um banco multilateral de desenvolvimento focado em financiar projetos de infraestrutura e atividades sustentáveis em países em desenvolvimento.
Durante a coletiva, Dilma anunciou a aprovação da entrada de Uzbequistão e Colômbia como novos membros do banco, elevando para 11 o total de países participantes. A lista inclui, além dos novos entrantes, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Bangladesh, Egito e Argélia. Desde sua fundação, o NDB aprovou 122 projetos, somando aproximadamente US$ 40 bilhões em investimentos, sendo que para o Brasil, 29 projetos geraram desembolsos de US$ 4 bilhões, equivalendo a 18% do total.
A presidente destacou a importância de priorizar investimentos em inovação e tecnologia, citando a necessidade de os países membros não serem apenas consumidores, mas também produtores de tecnologias. “Temos de garantir acesso a essas inovações, para que nossos países não sejam meramente produtores de commodities”, enfatizou. Rousseff também ressaltou a relevância de energias renováveis, incluindo eólica e solar, referindo-se a um episódio de sua presidência, quando defendeu a ideia de “estocar ventos e Sol”, que, segundo ela, se mostra crucial para uma transição energética eficaz.
O bloco Brics, que reúne uma ampla gama de nações e representa cerca de 39% da economia global, continuará se reunindo em cúpulas, com a próxima programada para ocorrer nos dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro, sob a liderança do Brasil.
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Fonte: Agencia Brasil.
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