Em um cenário de crescente tensão no Oriente Médio, a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) fez um apelo dramático após ser capturada por forças israelenses enquanto participava da Flotilha Global Sumud, uma iniciativa destinada a romper o bloqueio à Faixa de Gaza, levando ajuda humanitária. Em vídeo divulgado nas redes sociais, a parlamentar declarou: “Peço ao meu governo para acabar com qualquer relação econômica com Israel e a me levar para casa. Pare o genocídio em Gaza.” A deputada estava a bordo da embarcação Grande Blu, uma das muitas que compunham a flotilha, que tinha como objetivo levar suprimentos essenciais a uma região marcada por conflitos e bloqueios constantes.
O momento da captura foi registrado por câmeras do próprio barco, e as imagens foram compartilhadas pelo Movimento Global a Gaza, mostrando a abordagem militar aos passageiros. Em uma mensagem pré-gravada, Lins enfatizou que “se você está assistindo este vídeo é porque eu fui sequestrada pelas forças de ocupação israelense e levada contra a minha vontade.” A operação, que envolveu a captura de pelo menos 443 voluntários de 47 países, trouxe à tona a preocupação do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que ressaltou a importância da liberdade de navegação em águas internacionais e o caráter pacífico da missão.
Na mesma linha, o ministério israelense afirmou em uma postagem na rede social X que “todos os passageiros estão seguros e em boas condições de saúde”. Após a apreensão, os tripulantes seriam deportados para a Europa. O governo brasileiro se manifestou contra a ação militar, destacando a violação de direitos e a responsabilidade de Israel pela segurança dos detidos.
Missão humanitária em risco
A delegação brasileira, composta por 17 integrantes, fazia parte de um esforço global que reunia mais de 500 ativistas com a missão de levar assistência a Gaza, território sob blocos e agressões militares por quase dois anos. Desde a intensificação dos conflitos, já se reportaram mais de 60 mil mortes no enclave, agravado pela falta de medicamentos e alimentos, o que leva diversos governos e organizações a classificarem a situação como genocídio.
Luizianne Lins, parlamentar em seu terceiro mandato, já ocupou cargos como vereadora e prefeita de Fortaleza. Sua captura, junto com outros brasileiros e ativistas internacionais, gerou uma onda de solidariedade, com diversas autoridades clamando pela proteção consular dos detidos. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, mencionou sua comunicação com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, em busca de assistência e proteção ao grupo.
Recentemente, em suas redes sociais, informações sobre a situação de Lins e dos demais integrantes da flotilha têm sido amplamente compartilhadas, trazendo à tona a necessidade de discussão sobre a crise humanitária em Gaza e o papel da comunidade internacional. O contexto atual ressalta a fragilidade da paz na região e a relevância de ações humanitárias em meio a conflitos prolongados.
Deputada presa em flotilha pede fim de relações econômicas com Israel
Fonte: Agencia Brasil.
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