O Ministério Público do Estado (MPES) solicitou o afastamento cautelar de quatro vereadores da Serra, acusados de envolvimento em um esquema de propina relacionado ao Projeto de Lei nº 69/2024. Os parlamentares citados são Saulinho da Academia e Teilton Valim (ambos do PDT), Cleber Serrinha (MDB) e Wellington Alemão (Rede). A denúncia representa um golpe significativo para a gestão do prefeito Weverson Meirelles, já que dois dos vereadores são de seu próprio partido.
Saulinho, o mais votado nas eleições de 2024, com 8,2 mil votos, atua como presidente da Câmara. Teilton também está em seu segundo mandato e obteve 7,3 mil votos. Ambos são vistos como potenciais candidatos a deputado estadual. Cleber, atual primeiro-secretário, e Wellington, secretário da Câmara, apresentam também forte influência política.
A denúncia, baseada em áudios comprometedores, destaca que os vereadores teriam negociado propinas para aprovar emendas que beneficiariam interesses imobiliários. O projeto envolvia a regularização de imóveis urbanos e era considerado de interesse do prefeito, apesar de não terem sido revelados os autores das vantagens concedidas.
Em uma conversa gravada, Cleber fez referências a uma negociação envolvendo o projeto: “Ninguém é bobo. Você chegou com uma emendazinha e a gente tá sabendo o seguinte…”. Inicialmente, a proposta de vantagem era de R$ 100 mil, mas depois foi sugerida a troca por um terreno de 6 mil metros quadrados.
A votação do projeto ocorreu em maio de 2024 e, apesar de ter sido aprovada com 19 votos favoráveis, as emendas feitas por Alemão e a Mesa Diretora foram vetadas por Sérgio Vidigal, ex-secretário e ligado ao PDT, que também é mencionado na denúncia.
A situação abre espaço para exploração política, com repercussão entre adversários e o PSOL, que se manifestou a favor do afastamento dos vereadores.
Cleber, Saulinho, Teilton e Wellington permanecem sob investigação enquanto o MPES continua a ação judicial.
Fonte: Século Diário