24 de agosto de 2025
InternacionalDeclaração de Bogotá avança em cooperação, mas deixa metas em aberto

Declaração de Bogotá avança em cooperação, mas deixa metas em aberto

Líderes da OTCA Lançam Declaração de Bogotá com Compromissos para Proteger a Amazônia

Neste sábado (23), chefes de Estado e representantes dos países membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) apresentaram a Declaração de Bogotá, resultado do quinto encontro de líderes regionais realizado na capital colombiana. O evento contou com a participação do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e teve como proposta atualizar os compromissos dos países que compartilham a maior floresta tropical do mundo, visando fortalecer a proteção do bioma amazônico. A cúpula também buscou engajar os estados vizinhos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para ocorrer em Belém, Pará, em 2024, sendo esta a primeira edição realizada em solo amazônico.

A Declaração de Bogotá é vista pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima como um avanço significativo. Em uma declaração à Agência Brasil, o ministério destacou que o documento reafirma a Declaração de Belém (2023) como um marco de referência para a cooperação regional e estabelece direções claras para ações em áreas como clima, florestas, biodiversidade, e proteção de povos indígenas. No entanto, o texto não trouxe metas específicas sobre o desmatamento e a perda de biodiversidade, gerando descontentamento entre integrantes da sociedade civil presentes na cúpula.

João Pedro Galvão Ramalho, coordenador do coletivo Pororoka e membro do Comitê Internacional do Fórum Social Pan-Amazônico, expressou sua preocupação com a falta de compromissos concretos: “Em 2023 nossa luta foi para evitar que a Amazônia chegasse ao ponto de não retorno. Especialistas indicam que já estamos próximos desse limite, e a situação se agrava com os dados sobre queimadas no Brasil e na Bolívia”.

A criação de um grupo científico especializado pelos governos da região também foi destacada pelo Ministério do Meio Ambiente, que disse não haver um consenso definitivo sobre o ponto de não retorno da Amazônia na literatura acadêmica. A declaração, no entanto, menciona a importância da criação de um Painel Intergovernamental Técnico-Científico da Amazônia, cujo objetivo é aprofundar o entendimento sobre esse tema crucial.

Controvérsias sobre Combustíveis Fósseis

O encontro abordou ainda o polêmico tema da transição energética e a exploração de combustíveis fósseis. A declaração reconhece a necessidade de avançar para uma transição justa na região, mas a falta de um consenso claro entre os países foi evidente. Enquanto governos como o colombiano enfatizaram a necessidade de reduzir a dependência do extrativismo fóssil, a posição do Brasil foi mais cautelosa, refletindo um panorama de divergência nas tratativas.

João Pedro Ramalho alerta: “A Amazônia está se tornando a nova fronteira para a exploração de combustíveis fósseis, o que representa um grande risco para a biodiversidade e a capacidade do bioma de amenizar a crise climática”.

Avanços em Coordenação

Do lado positivo, a expansão da participação social nas decisões da OTCA foi celebrada por diversas organizações da sociedade civil. Na cúpula, Lula mencionou a criação da OTCA Social, um mecanismo que visa integrar permanentemente as vozes da sociedade civil nas políticas regionais. A implementação do Mecanismo Amazônico de Povos Indígenas foi outro passo importante, proporcionando aos povos da Amazônia um espaço próprio na condução das pautas que os afetem diretamente.

Além disso, o fortalecimento de mecanismos de cooperação policial e judicial foi abordado na declaração, refletindo compromissos em áreas como a rastreabilidade do ouro e a luta contra a mineração ilegal.

Compromissos Adicionais

Por último, a Declaração de Bogotá também reafirmou a necessidade de proteção diferenciada aos Povos Indígenas em Isolamento e Contato Inicial (PIACI), sustenta os princípios de não contato e intangibilidade, e demonstra um comprometimento com a salvaguarda de conhecimentos ancestrais e patrimônio cultural da Amazônia.

As discussões também tocaram em iniciativas que visam promover a proteção florestal ao longo do tempo, como o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que, segundo a declaração, poderá beneficiar cerca de 70 países na preservação de suas reservas florestais.

A agenda da cúpula reafirma a importância da colaboração entre os países amazônicos e a urgência de um esforço coletivo para assegurar a integridade desse bioma vital para o equilíbrio climático global.

Declaração de Bogotá avança em coordenação, mas frustra em metas

Fonte: Agencia Brasil.

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