Taxas de Juros em Alta para Famílias e Redução para Empresas: Dados do Banco Central Revelam Mudanças no Cenário Financeiro
As taxas médias de juros praticadas pelos bancos no Brasil apresentaram um comportamento distinto em novembro: subiram para as famílias e reduziram para as empresas. Os dados foram divulgados pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (26) e revelam um panorama preocupante para os consumidores, com o crédito pessoal não consignado também se tornando mais caro. Na contra-mão, as taxas para as empresas mostraram um alívio, refletindo uma dinâmica financeira que pode ter impactos significativos na economia.
Nas operações de crédito livre para pessoas físicas, as taxas mensais avançaram, destacando-se um aumento de 5,5 pontos percentuais (pp) no crédito pessoal não consignado, que agora é de 106,6% ao ano, e de 3,2 pp no cartão de crédito parcelado, que atinge 181,2% ao ano. A taxa do cartão de crédito rotativo, uma das mais elevadas do mercado, subiu também, agora chegando a 440,5% ao ano, apesar de um recuo de 5,4 pp em 12 meses. Esse tipo de crédito, que permite ao consumidor pagar apenas uma parte da fatura, pode levar a um endividamento excessivo.
No total, a taxa média de juros das concessões de crédito livre para famílias teve um aumento de 0,9 pp em novembro, acumulando uma alta de 6,2 pp em 12 meses e alcançando 59,4% ao ano. Por sua vez, nas operações voltadas para empresas, as médias de juros foram reduzidas em 0,6 pp, totalizando 24,5%, mas ainda apresentam um aumento de 2,8 pp em 12 meses. Nas modalidades de capital de giro e desconto de duplicatas, houve reduções mensais de 0,7 pp.
No crédito direcionado, com taxas reguladas pelo governo, as condições também oscilaram: para pessoas físicas, a taxa permaneceu estável em 10,9% ao ano, enquanto para empresas teve uma queda significativa de 2,1 pp, alcançando 11,8% ao ano. As concessões de crédito totalizaram R$ 637,5 bilhões em novembro, refletindo uma queda de 6,6% em relação aos meses anteriores.
Endividamento das Famílias e Inadimplência
A inadimplência, que representa atrasos acima de 90 dias, também foi uma preocupação, registrando 3,8% em novembro, sendo 4,7% nas operações para pessoas físicas. O endividamento das famílias, em relação à renda acumulada nos últimos 12 meses, alcançou 49,3%, com um leve aumento em comparação com o mês anterior.
A análise desses dados é fundamental para compreendermos o impacto e as perspectivas da economia brasileira em um contexto de juros elevados, que acompanham o ciclo de elevação da Selic, atualmente estabelecida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central.
No gráfico abaixo, é possível visualizar a evolução dos empréstimos e das taxas de juros, permitindo um entendimento mais claro desse cenário.
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Juros do crédito pessoal e cartão rotativo avançam para as famílias
Fonte: Agencia Brasil.
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