6 de julho de 2025
Meio AmbienteCOP30: População da Amazônia clama por água potável e saneamento

COP30: População da Amazônia clama por água potável e saneamento

COP30 na Amazônia: Desafios da Água e Saneamento na Ilha do Combu

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro na cidade de Belém, reunirá líderes globais para discutir o futuro dos territórios urbanos e florestais do mundo diante das mudanças climáticas. Este evento será inédito, pois realiza-se na Amazônia, um bioma crucial para a discussão, dada sua riqueza em recursos naturais e sua vulnerabilidade ambiental. A Ilha do Combu, localizada a apenas 1,5 quilômetro do centro histórico de Belém, representa uma parcela significativa do território da capital paraense, incorporando 39 ilhas catalogadas pela Companhia de Desenvolvimento de Belém.

Os habitantes da ilha enfrentam desafios diários relacionados ao abastecimento de água potável e ao sistema de esgoto. O comerciante local, Rosivaldo de Oliveira Quaresma, relata que a água mineral é uma necessidade, pois a água do Rio Guamá, utilizada apenas para banheiros e lavagem, é insuficiente para o consumo. Os moradores dependem de tambores de 20 litros, que são caros, e a infraestrutura de abastecimento aquém das necessidades é um problema recorrente na região insular, que não é atendida pela rede de distribuição básica da Área de Proteção Ambiental (APA) da Região Metropolitana de Belém.

A Ilha do Combu, criada há 28 anos como uma área de proteção ambiental, ainda aguarda um plano de manejo sustentável que está em desenvolvimento. Segundo dados recentes, 596 famílias vivem na ilha, muitas delas utilizando fossas sépticas, cujas limitações se tornam evidentes com o aumento do turismo local. Apesar da falta de infraestrutura, iniciativas comunitárias estão surgindo, como a construção de fossas ecológicas que utilizam soluções sustentáveis para o tratamento de esgoto, sendo um exemplo de adaptação e inovação no local.

A presidente do comitê da COP30 no Pará, Hana Ghassan, garantiu que as obras de saneamento na parte continental de Belém estão progredindo, com a conclusão de serviços de canalização de rios e instalação de sistemas de água e esgoto. Segundo relatos de moradores, as mudanças na infraestrutura de saneamento estão trazendo melhorias significativas à vida na região. Contudo, a adaptabilidade da Ilha do Combu ainda depende de atenção e investimento nas suas necessidades específicas.

Ilha do Combu, Belém
Ilha do Combu faz parte da área insular de Belém, que representa 65% do território da capital paraense – Foto: Márcio Ferreira/Agência Pará

Saneamento

A questão do saneamento é amplamente discutida entre os moradores da ilha. Apesar de algumas residências estarem equipadas com fossas sépticas, essas estruturas são insuficientes para atender ao número crescente de visitantes. “Não jogamos o esgoto no rio ou na mata, mas, quando enche, isso é inevitável”, explica um morador.

Um exemplo positivo é a professora aposentada Ana Maria de Souza, que implantou uma fossa ecológica em sua residência, utilizando técnicas de baixo custo demonstradas por pesquisadores da Universidade Federal Rural da Amazônia. Essa fossa transforma os dejetos em água que retorna à atmosfera limpa, um avanço frente às dificuldades existentes.

De acordo com a presidente do comitê da COP30, Hana Ghassan, os investimentos em infraestrutura de saneamento estão previstos e devem impactar aproximadamente 900 mil pessoas até a conclusão dos trabalhos. A expectativa é que essas obras possam trazer melhorias que alcancem até mesmo os habitantes da Ilha do Combu, que ainda aguarda atenção específica para suas necessidades locais.

Glaybson Ribeiro
Glaybson Ribeiro aprova as mudanças na região onde mora, às margens do canal da Rua Timbó. "Antes era um sofrimento pra gente". – Foto: Fabíola Sinimbú/Agência Brasil

Essas intervenções são vistas com otimismo por moradores como Glaybson Ribeiro, que relataram mudanças drásticas em suas condições de vida em relação ao passado. Desafios permanecem, mas a esperança por melhorias se entrelaça com a necessidade urgente de um planejamento ambiental sustentável que considere as especificidades da Ilha do Combu.

COP30: população da Amazônia espera por água potável e saneamento

Fonte: Agencia Brasil.

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