Belém será o palco da 30ª edição da Conferência das Partes (COP-30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em novembro deste ano. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou a importância do evento como uma chance para fortalecer o multilateralismo climático. Durante coletiva de imprensa, ela enfatizou que esse será um momento crucial para buscar novos paradigmas em cooperação global contra as mudanças climáticas.
Na reunião realizada logo após o último encontro do Balanço Ético Global em Nova York, Silva, acompanhada pelo embaixador brasileiro e presidente designado da COP-30, André Corrêa do Lago; pela fundadora do Centro de Ética da Terra, Karenna Gore; e pelo conselheiro especial do Secretário-Geral da ONU para Ação Climática e Transição Justa, Selwin Hart, ressaltou os desafios que o multilateralismo enfrenta atualmente. Ela expressou preocupação com os riscos de fragmentação do sistema multilateral, citando como exemplo a saída anunciada dos Estados Unidos do Acordo de Paris, prevista para janeiro de 2026.
Marina Silva criticou os retrocessos na agenda ambiental e destacou a saída dos EUA do pacto como um prejuízo significativo, dada a posição do país como grande emissor de gases de efeito estufa e líder tecnológico. No entanto, a ministra vê na COP-30 uma oportunidade para que os países demonstrem um compromisso revitalizado com o multilateralismo climático.
Além dos aspectos diplomáticos, a ministra abordou temas práticos relacionados à COP-30. Ela mencionou a questão dos preços elevados de estadia em Belém, que relatou ter aumentado até dez vezes em relação ao normal. Tanto a ministra quanto o embaixador Corrêa do Lago expressaram descontentamento com essa situação e confirmaram que medidas estão sendo tomadas em colaboração com o governo do Pará para conter essa disparidade de preços e garantir a acessibilidade ao evento para todas as delegações e participantes.
A COP-30 em Belém é vista como um evento crucial não apenas para avançar nos compromissos climáticos globais, mas também para testar a capacidade de colaboração internacional em momentos de crescente unilateralismo. A ministra chamou atenção para a necessidade urgente de expandir as fontes de energia renováveis e de melhorar a eficiência energética, essenciais para uma transição justa e eficaz para uma economia de baixo carbono.
COP-30 será oportunidade para fortalecer multilateralismo, diz Marina
Meio Ambiente