Após quatro meses de queda, o comércio brasileiro registrou um modesto crescimento de 0,2% de julho para agosto, de acordo com a mais recente Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Comparando-se ao mesmo período do ano anterior, as vendas apresentaram uma ligeira alta de 0,4%.
Os dados sugerem uma estabilização no setor que, apesar do crescimento, ainda é considerado pelo IBGE como uma condição de estabilidade, dado que o aumento foi menor que 0,5%. Cristiano Santos, gerente da pesquisa, comentou que a leve alta interrompe a sequência de quedas recentes, mas ainda não indica uma recuperação robusta do setor.
Atualmente, o comércio encontra-se 0,7% abaixo do seu pico, registrado em março de 2025, embora esteja 9,4% acima do nível pré-pandemia identificado em fevereiro de 2020. No acumulado dos últimos 12 meses, as vendas no varejo aumentaram 2,2%, um sinal de desaceleração quando comparado ao ritmo de crescimento de dezembro de 2024, que foi de 4,1%.
A análise por segmentos revelou um desempenho variado entre as categorias. Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação tiveram o maior avanço com 4,9%, influenciado pela desvalorização do dólar, que torna os produtos importados mais acessíveis. O segmento de tecidos, vestuário e calçados cresceu 1%, beneficiado pelo aumento das compras durante o Dia dos Pais, enquanto artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria avançaram 0,7%.
Entretanto, não todos os setores tiveram desempenho positivo. Livros, jornais, revistas e papelaria; combustíveis e lubrificantes; e outros artigos de uso pessoal e doméstico enfrentaram quedas de -2,1%, -0,6% e -0,5%, respectivamente.
O setor atacadista, incluindo a venda de veículos, motos, partes e peças; material de construção; e produtos alimentícios, bebidas e fumo, registrou um crescimento de 0,9% na passagem de julho para agosto.
O levantamento do IBGE monitorou um total de 6.770 empresas em todo o país. Santos assinalou que até o momento não foram detectados impactos significativos do aumento de tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
Esta pesquisa do IBGE faz parte de uma série de levantamentos conjunturais divulgados mensalmente que têm mostrado uma tendência geral de variações moderadas na economia brasileira. Evidências recentes de outros setores, como os de serviços e industrial, também apontam para uma continuidade dessa tendência de crescimento gradual.
Vendas no comércio crescem 0,2% em agosto, após quatro meses de queda
Economia