A Camada de Ozônio Apresenta Sinais de Recuperação em 2024, Afirmam Especialistas da OMM
A camada de ozônio da Terra, crucial para a proteção da vida no planeta, mostrou sinais encorajadores de recuperação em 2024. O anúncio foi feito pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) durante a divulgação do Boletim de Ozônio nesta terça-feira (16), data que marca o Dia Mundial do Ozônio e o 40º aniversário da Convenção de Viena. Este tratado internacional, firmado em 1985, foi pioneiro ao reconhecer a diminuição do ozônio estratosférico como uma questão global e emergente. Os dados do boletim revelam que, pela primeira vez em anos, o buraco na camada de ozônio sobre a Antártida teve profundidade abaixo da média registrada entre 1990 e 2020, indicando o sucesso das políticas implementadas para mitigar os danos ambientais.
A OMM credita essa melhoria ao esforço científico e coordenado internacionalmente, fruto do Protocolo de Montreal de 1989, que visa eliminar a produção e o uso de substâncias nocivas à camada de ozônio. A OMM informa que mais de 99% dessas substâncias, comuns em sistemas de refrigeração e ar-condicionado, já foram eliminadas. Se as políticas vigentes forem mantidas, espera-se que a recuperação total da camada de ozônio ocorra até 2066 na Antártida, até 2045 no Ártico e até 2040 no restante do mundo.
António Guterres, secretário-geral da ONU, ressaltou a importância da convenção ao afirmar que “essa conquista nos lembra que, quando as nações acatam os alertas da ciência, o progresso é possível.” A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, também enfatizou o papel vital da pesquisa científica e da colaboração internacional nesse processo. “Essa pesquisa, sustentada pela confiança e pela livre troca de dados, é um pilar fundamental do acordo ambiental mais bem-sucedido do mundo”, destacou.
A recuperação da camada de ozônio deve reduzir os riscos de enfermidades, como câncer de pele e catarata, além de proteger ecossistemas ameaçados pela radiação ultravioleta. Apesar das melhorias, a OMM alerta que o monitoramento contínuo é essencial. Segundo Matt Tully, presidente do Grupo Consultivo Científico da OMM sobre Ozônio e Radiação Solar UV, “este trabalho não está concluído, e ainda há uma necessidade essencial de que o mundo continue monitorando cuidadosamente tanto o ozônio estratosférico quanto as substâncias que o destroem”.
Em 2024, o buraco na camada de ozônio sobre a Antártida alcançou um déficit máximo de 46,1 milhões de toneladas, que se revela menor do que os buracos significativos registrados entre 2020 e 2023. Além do Protocolo de Montreal, a Emenda de Kigali de 2016, assinalada por 164 partes, incorpora a redução gradual dos hidrofluorcarbonetos, gases de efeito estufa usados como substitutos químicos, prevendo a diminuição do aquecimento global em até 0,5°C até o final do século. A OMM continua monitorando as mudanças na camada de ozônio, apresentando esforços contínuos para proteger o ambiente global.

Camada de ozônio deve ter recuperação total nas próximas décadas
Fonte: Agencia Brasil.
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